Joaquim Forte, in Jornal de Notícias
Alberto Matins falou de responsabilidade e solidariedade e minimizou ausência de Manuel Alegre
As Jornadas Parlamentares do PS em Guimarães arrancaram com um discurso social. Alberto Martins criticou a líder do PSD, citando Pedro Santana Lopes, e minimizou a ausência de Manuel Alegre da reunião socialista.
"Para combater a crise é preciso regular os mercados, inverter a espiral de ganância dos lucros a curto prazo, prevenir a doença das remunerações predatórias e acabar com os paraísos fiscais", disse o líder parlamentar socialista.
Manuel Alegre esteve ausente do primeiro dia das Jornadas Parlamentares do PS, que decorrem em Guimarães, mas foi um nome muito falado a propósito do discurso de Alberto Martins.
"É um discurso para todos os deputados", disse, aos jornalistas, o líder do Grupo Parlamentar. "É um discurso de responsabilidade e solidariedade, de defesa do investimento público e nas empresas". Sobre a ausência de Alegre, Alberto Martins foi vago: "Gosto sempre de ter os 121 deputados presentes".
Alberto Martins lembrou "o Complemento Solidário para Idosos - "tirou da pobreza 198 mil idosos de baixos rendimentos" - e o aumento do salário mínimo nacional: "era de 365 euros em 2004, antes do o PS chegar ao Governo, e é hoje de 450 euros".
Sem Estado Social, afirmou ainda, "mais de 2,200 milhões de portugueses estariam em risco de pobreza, o mesmo Estado Social que o PSD quer privatizar ou desarmar fiscalmente através da diminuição dos impostos".
Alberto Martins centrou as críticas em Manuela Ferreira Leite, líder do PSD. E usou uma frase de Pedro Santana Lopes, de Maio de 2008. "É impossível não concordar - por uma vez - com Pedro Santana Lopes quando, não há muito tempo dizia: a maneira de governar da dr.ª Manuela Ferreira Leite castiga, desmoraliza e deprime e o que ela defende para Portugal é o contrário do que Portugal precisa", disse o deputado socialista, lembrando, também, a "ruinosa titularização das dívidas fiscais e contributivas ao Citigroup". As críticas não deixaram de lado o PCP e o Bloco de Esquerda, por terem defendido, "por obsessão ideológica", que se deixasse "falir o sistema financeiro".
As jornadas encerram amanhã, com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates.