Cavaco critica confusão entre custos e benefícios

Alfredo Maia, in Jornal de Notícias

Presidente fala do desafio de "produzir com qualidade e tomar decisões que sejam acertadas"

O presidente da República considerou esta terça-feira que os principais "desafios nada fáceis" que o país enfrenta são a competitividade e a "tomada de decisões que sejam acertadas na comparação entre custos e benefícios".

Cavaco Silva, que falava na inauguração do Museu Municipal e Penafiel, fez o elogio deste equipamento (vai "ajudar a melhorar as potencialidades da região", disse), para sublinhar que "o nosso país tem à sua frente desafios que não são nada fáceis".

Desses desafios, destacou dois - "o da competitividade do que fazemos face à concorrência de outros países" e o que se coloca "aos que têm de tomar decisões que sejam acertadas na comparação entre os custos e os benefícios".

"O benefício do Museu de Penafiel estará nos visitantes que vai receber", disse, acrescentando que, "em Portugal, ainda há muita gente que confunde custos com benefícios". E deu dois exemplos - o do empresário que constrói uma fábrica para obter o benefício da produção e o da estrada que se faz para o trânsito.

De seguida, explicou o auditório, uma "moldura humana" que ocupava a praça fronteira ao museu, na qual decorria a cerimónia: se a fábrica não produzir, "há um que ganha que é o empresário e há que perde que é o empresário"; "se na estrada não circular ninguém, há um que ganha que é o empreiteiro e há outro que perde, que é o português que paga impostos".

Prosseguindo, Cavaco Silva disse que "o desafio" está em "produzir com qualidade, tomar decisões acertadas, ponderadas e correctas, para que os benefícios sejam maiores do que os custos". E, voltando ao que ali o levava, juntou a afirmação de que "este equipamento cultural terá os seus benefícios no número de pessoas que o visitem, em particular os jovens, que vão adquirir competências", as quais também os ajudarão a preparar-se "para enfrentarem os desafios do país".

Depois da cerimónia, na qual dirigiu "uma palavra especial" ao antigo presidente da Assembleia da República Barbosa de Melo, visitou o museu e partiu declinando a oportunidade de prestar declarações aos jornalistas.