20.3.09

FMI baixa de novo as previsões

in Jornal de Notícias

O Fundo Monetário Internacional voltou a baixar as suas previsões para a economia mundial e prevê que o Produto Interno Bruto do planeta registe este ano a sua primeira contracção desde a Segunda Guerra Mundial.

Menos de dois meses após a publicação das anteriores previsões, o FMI aponta agora para uma contracção do PIB mundial entre 0,5 e 1 por cento, uma descida que a instituição considera justificar novas medidas contra a crise.

As economias avançadas deverão conhecer "uma recessão profunda", com um recuo de 3 a 3,5 por cento do PIB, afirma o FMI.

Nos Estados Unidos, esta contracção será de 2,6 por cento e no Japão de 5,8 por cento. Estes dois países correm "um risco elevado" de deflação, segundo o FMI. Na zona Euro, o risco é "moderado" mas o PIB deverá perder 3,2 por cento.

Nos países emergentes e em desenvolvimento, a previsão de crescimento foi igualmente revista em baixa e o crescimento deverá ser apenas entre 1,5 e 2,5 por cento.

"A actividade económica mundial cai, com as economias mundiais a registar a maior quebra do pós-guerra, apesar de esforços públicos enérgicos", constata o Fundo.

Segundo a instituição, o prolongamento da crise financeira "minou a actividade económica mundial mais do que fora antecipado".

Em 2010, a actividade deverá voltar a arrancar lentamente, com um crescimento mundial positivo de 1,5 a 2,5 por cento.

Estas previsões constam de uma nota, agora divulgada, que o FMI redigiu para preparar a reunião dos ministros das Finanças do G20, no fim-de-semana passado em Londres.

O Fundo considera que os Estados ainda não fizeram o suficiente para enfrentar esta recessão e concluiu que, no seio do G20, o objectivo de consagrar o equivalente de dois por cento do PIB a planos de relançamento ainda não foi atingido.

"As respostas nacionais à crise mundial encontram-se ainda numa fase inicial" pelo que continuam a ser "necessárias medidas para restabelecer a estabilidade financeira", afirmou a instituição multilateral.

"Atrasos na implementação de políticas globais para estabilizar as condições financeiras levariam a uma agravação da espiral negativa entre a economia real e o sistema financeira, levando a uma recessão ainda mais profunda e longa", refere o FMI.

Com efeito, "com progressos limitados até agora para resolver o problema dos activos invendáveis, a incerteza quanto à solvabilidade dos bancos continua elevada, impedindo um regresso da confiança dos mercados", salienta a instituição, considerando que "as condições de crédito permanecem gravemente deterioradas".

O FMI deve publicar em Abril previsões mais pormenorizadas, antes da sua tradicional reunião de Primavera.