9.5.10

1000 famílias, todas diferentes, todas iguais!

in Expresso

No Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social a Amnistia Internacional traz a Portugal uma fantástica exposição de 100 fotografias seleccionadas de entre milhares de negativos captados pela objectiva do fotógrafo alemão Uwe Ommer.

Por ocasião do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, que se celebra em 2010, a secção portuguesa da Amnistia Internacional traz a Portugal uma fantástica exposição de 100 fotografias seleccionadas de entre milhares de negativos captados pela objectiva do fotógrafo alemão Uwe Ommer.

Muitas destas fotografias foram reunidas no livro "1000 Famílias", que constitui de alguma forma um álbum de família da incrível diversidade humana que povoa o nosso Planeta. Ali encontramos elementos de uma tribo Masai; agricultores que esperam pela chuva na Síria; a família de um imã de uma mesquita no Mali; plantadores de batatas na Colômbia e na Ucrânia; marinheiros de profissão no México; empregados de escritório no Brunei; membros da cultura Amish, nos Estados Unidos; pessoas em migração; e crentes de todas as religiões...

Num primeiro olhar para estes rostos de países longínquos, apercebemo-nos das nossas diferenças e, simultaneamente, das nossas semelhanças e proximidade. Talvez o mais fascinante é a diversidade infinita de combinações de elementos aparentemente simples. Observem bem tudo o que faz uma família, nomeadamente, as crianças; os narizes e orelhas furadas; os pés descalços ou o tipo de calçado; os véus, os tecidos e a cor das roupas; os chapéus; os penteados, barbas e bigodes; os tons da pele, claros, escuros ou mestiços; os sinais das tradições e das etnias; os objectos; os meios de locomoção; e até a presença dos animais domésticos.

Esta exposição e este livro são, também, o resultado de um trabalho de quatro anos, em que Uwe Ommer percorreu cerca de 250 mil quilómetros, em cinco continentes, observando e fotografando a vida de 1251 famílias. Procurou assimilar os seus laços afectivos e as suas maneiras particulares de viver, criando o que pode ser considerada uma verdadeira lufada de ar fresco de cariz sociológico, antropológico mas, sobretudo, humanista.

Nascido em Bergisch-Gladbach, na Alemanha, Uwe Ommer ficou fascinado pela fotografia desde muito jovem. Fotografou pássaros, trabalhou para jornais locais (ganhou o seu primeiro prémio em 1962), agências de publicidade e abriu o seu próprio estúdio, especializando-se em fotografias para revistas femininas. Editou vários livros, entre os quais o conhecido "Black Ladies".

Em 1995, Uwe Ommer decidiu mudar radicalmente de vida e lançou-se no ambicioso projecto de percorrer o Mundo para documentar famílias de todos os continentes na viragem do século. A bordo de um Land Rover e munido de uma máquina fotográfica Rolleiflex, um estúdio portátil, um assistente e muitos mapas e guias (mas sem qualquer telefone, GPS ou até um simples relógio), partiu à aventura.

Regressou a Paris, no ano 2000, com o maior caleidoscópio de divulgação da diversidade humana, cultural, geográfica e religiosa que alguma vez podia imaginar, mas uma grande conclusão: a família permanece a mais notável instituição universal do homem a nível mundial.

Não importa onde estamos, no Irão, no México ou no Ruanda, a família é a espinha dorsal de cada sociedade. A família é o lugar onde nascemos, crescemos, aprendemos, choramos e rimos, e com quem partilhamos a vida.

Depois de Paris, Madrid, Berlim, Bruxelas e Nova Iorque - cidades onde foi vista por cerca de 10 milhões de visitantes - a exposição "1000 Famílias - O Álbum de Família do Planeta Terra" será apresentada ao ar livre frente ao Museu de Marinha, na Praça do Império, em Lisboa, de 15 de Maio a 30 de Junho, com entrada grátis.