Associações mantêm-se na expectiva

in Jornal de Notícias

Contra a discriminação

As associações que lutam contra a discriminação dos homossexuais mantêm-se na expectativa quanto à decisão de Cavaco Silva relativa ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Gostávamos muito que fosse o presidente da República, com o seu bom senso, a aprovar a lei e a mostrar que se preocupa com os gays, lésbicas e homossexuais, pondo fim a uma das muitas discriminações que ainda se encontram na nossa sociedade", disse à Lusa João Valério, da Rede Ex-aequo.

Paulo Jorge Vieira, da associação "Não te prives" - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, considera que o dia de hoje, em que se assinala a luta contra a homofobia, pode ser "especial", dado o facto coincidir com a decisão de Belém. "Poderemos ter de continuar a luta, se a lei for vetada, ou teremos um dia de alguma festa e de luta, se o presidente assinar".

Para João Valério e Paulo Vieira, a promulgação da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo é um passo importante, mas a luta não acaba. O dirigente da "Não te prives" entende que o debate sobre o casamento homossexual foi "importante e tornou visível a questão da homossexualidade, da homofobia e a importância que é a igualdade de direitos", mas "o combate não termina com o casamento".

"Não termina devido à existência de diferentes direitos de parentalidade e de homoparentalidade e não termina porque vivemos numa sociedade culturalmente homófoba", diz Paulo Jorge Vieira, lembrando que existem cerca de 90 países no mundo onde a homossexualidade é crime, sendo que em sete deles pode ser punida com pena de morte.