Carla Sofia Luz, in Jornal de Notícias
Marco António quer reunião com Paulo Campos em Gaia
A Câmara de Gaia pede ao secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, que se desloque ao concelho para conhecer a rede viária que aponta como alternativas à A29 e à A44. Os autarcas não aceitam que seja só o Norte a pagar a crise.
A convicção de que a introdução de portagens em apenas três das sete auto-estradas SCUT nacionais é uma discriminação negativa da região levou o PSD/PP e o PS a tomarem, ontem de manhã, uma posição unânime na reunião do Executivo de Gaia. Certa de que a decisão governamental não está fundamentada, a Autarquia já enviou uma carta a exigir, além de um encontro no concelho com Paulo Campos, que sejam remetidos ao Município os estudos de tráfego e socio-económicos que justificam a colocação de portagens na A29 e na A44. Também é solicitada a análise previsional sobre o acréscimo de tráfego a que estará sujeita a rede viária municipal, após o início da cobrança.
Tanto Marco António Costa, vice-presidente da Câmara, como Joaquim Couto, vereador do PS em Gaia, condenam a desigualdade de tratamento da Área Metropolitana do Porto em relação à região de Lisboa e Vale do Tejo. "Há dois pesos e duas medidas, mas não existe preconceito político, económico ou social. Existe um sentimento de injustiça", sublinha Marco António Costa.
Também os deputados do PS, Defensor Moura, e do PCP, Jorge Machado, criticam o Governo por portajar vias que cruzam os distritos com piores indicadores socio-económicos do país. Num documento dirigido ao Ministério das Obras Públicas e citado pela Agência Lusa, Defensor Moura desafia o Executivo PS a assumir, " com clareza, que o que verdadeiramente interessa são as receitas a arrecadar com as portagens". O socialista lamenta que quatro SCUT fiquem isentas da cobrança, quando "atravessam municípios" com desenvolvimento económico muito superior e com vias alternativas capazes. Para Jorge Machado, as auto-estradas a portajar não têm alternativas.