8.3.23

Três meses após cheias, Lisboa recebeu pedidos de ajuda de 151 famílias e 76 empresas


Ouvidos pela TSF, alguns comerciantes de Alcântara ainda fazem contas à vida e aguardam respostas tanto da autarquia como de seguradoras.

Três meses depois da intempérie que inundou grande parte da cidade de Lisboa, a autarquia recebeu 151 pedidos de ajuda de famílias que ficaram com as casas danificadas e 76 empresas também se candidataram ao "Programa Recuperar +", criado pelo município para responder aos danos causados pelas cheias. Do total de pedidos de ajuda das famílias, quase um terço ainda espera por uma resposta: 58 processos estão em análise e 43 foram considerados ilegíveis. Numa resposta enviada à TSF, a autarquia revela que já foram já atribuídos 50 apoios, no valor global de 68.529 euros.

Este programa foi criado pela autarquia, em parceria com a Caritas Diocesana de Lisboa e a Cruz Vermelha, para ajudar aqueles que, na sequência do temporal dos dias 7 e 8 de dezembro e 13 e 14 de dezembro, ficaram com as casas danificadas.

A câmara de Lisboa lançou ainda o "Programa Recuperar + Empresas", que visa a atribuição de apoios financeiros à reparação, aquisição de equipamentos, reposição de "stocks" danificados ou obras necessárias na sequência das cheias do final do ano passado. Até ao momento, o município liderado por Carlos Moedas recebeu 76 candidaturas de empresas e foram efetuados 30 pagamentos, no valor total de 36.928 euros.

Três meses depois das grandes cheias em Lisboa, a TSF voltou a Alcântara, uma das zonas mais afetadas sempre que sobe o nível das águas, onde alguns comerciantes ainda fazem contas à vida. Uma das comerciantes que recebeu apoio da câmara, ouvida pela TSF, adianta que só agora vai começar as obras de recuperação e ainda não teve resposta da seguradora. Noutro caso, um comerciante recebeu dinheiro da companhia de seguros, mas não teve apoio da autarquia.

No início do ano, a Câmara Municipal de Lisboa já tinha divulgado que o valor dos prejuízos causados pelas condições meteorológicas adversas e extremas que se abateram sobre a cidade de Lisboa é de 49 milhões de euros. Os danos contabilizados localizam-se nas áreas de habitação, atividades económicas, equipamentos e infraestruturas municipais.

Os apoios do programa Recuperar+ Famílias abrangem danos em bens móveis das habitações e nos próprios fogos habitacionais afetados: mil euros por família ou dois mil euros se o agregado familiar incluir menores de 18 anos ou maiores de 65 anos. Este programa destina-se essencialmente a cidadãos sem apólices de seguro contra danos habitacionais provocados por intempérie, mas quem tiver seguro e o acionar pode receber o montante despendido com o pagamento da franquia.

As candidaturas ao Programa Recuperar + devem ser submetidas online, através da plataforma Programa Recuperar + Município de Lisboa.