4.2.16

Organizações humanitárias apelam a líderes mundiais para resposta à crise de refugiados

In "TSF"

Mais de 90 organizações humanitárias e de defesa dos direitos humanos pediram aos líderes mundiais, que se reúnem quinta-feira em Londres, para realizarem um esforço "concertado" e "ambicioso" que dê resposta à crise de refugiados sírios.

Num comunicado, as associações pedem aos líderes mundiais, reunidos na capital britânica na Conferência Internacional de Doadores para a Síria, que assumam o compromisso de assinar um novo acordo, "ambicioso e transformador", generosamente financiado.

A coligação de associações, que integram, entre outras, a Amnistia Internacional, Oxfam ou o Fundo Malala, defendem que, para ter sucesso, a conferência terá de aprovar um "novo e arrojado plano" para os refugiados sírios e para os países que os têm estado a acolher.

"Com a crise a entrar no sexto ano e a atingir proporções históricas em escala e intensidade, as partes em conflito continuam a cometer crimes de guerra, que incluem o massacre de civis. 13,1 milhões de pessoas na Síria necessitam de assistência urgente e, em média, 50 famílias sírias são obrigadas diariamente a abandonar as suas casas desde o início do conflito, em 2011", lê-se no apelo.

Para os promotores do apelo, não chega pedir apenas mais dinheiro, embora seja necessário e com urgência, mas os participantes na conferência têm de deixar uma sinal que marque o "antes e o depois" do encontro de Londres.

"Cinco anos depois, é hora de ir além da assistência humanitária, que continua a ser insuficiente. Os governos devem fazer mais para ajudar os sírios e aliviar o peso nos países vizinhos. Os direitos dos refugiados devem ser respeitados", acrescenta-se no texto, em que são apresentadas seis condições "essenciais".

A primeira passa por exigir que qualquer acordo que saia do encontro de Londres deve ter em conta um financiamento anual adicional para ir ao encontro das necessidades imediatas e de longo prazo dos refugiados e dos países que os acolhem.

Por outro lado, terá de se garantir a proteção de civis dentro e fora da Síria, bem como a segurança das residências, escolas e centros médicos e hospitalares, levantando ainda todos os obstáculos à ajuda humanitária.

Em terceiro lugar, defendem as associações, levantar os obstáculos que os países de acolhimento estão a levantar aos refugiados no acesso aos serviços básicos e essenciais, como os cuidados de saúde.

A coligação pede também aos países de acolhimento que se comprometam a assegurar a todas as crianças sírias tratamento escolar idêntico ao dos estudantes locais já a partir do próximo ano letivo.

A longo prazo é pedido que as instituições financeiras internacionais e as empresas invistam nos países atualmente vítima do conflito, sobretudo Síria e Iraque, de forma que possam encetar a recuperação económica.

Para que tudo funcione, acrescentam os signatários, devem ser delineados mecanismos de coordenação e de acompanhamento.

"Apenas o fim dos combates e a negociação de uma solução política porá cobro ao sofrimento do povo sírio, razão pela qual é importante que os governos internacionais intensifiquem os caminhos para um acordo nas negociações de paz para a Síria, que decorrem em Genebra", resumiu Jan Egeland, secretário-geral do Conselho de Refugiados norueguês.