1.6.16

Associação fala em "retrocesso" no apoio aos sem-abrigo de Lisboa

In "Rádio Renascença"

A Associação João 13 saiu do centro onde oferecia mais de uma centena de refeições diárias aos sem-abrigo. A Junta de Sto. António diz que o espaço "não tinha capacidade para apoiar tantas pessoas".

O frei Filipe Rodrigues, da Associação João 13, disse à TSF diz que sem "esta resposta, que era mais humanizadora, muitas destas pessoas voltaram a procurar comida nas carrinhas" que distribuem alimentação nas ruas. Lembra que eram atendidas "cerca de 100 pessoas no centro".

O Frei Filipe Rodrigues diz que se perdeu uma resposta de ajuda mais humana.
Para o frei Filipe Rodrigues trata-se de um "retrocesso" porque nas carrinhas "nem sempre conseguem refeições quentes. No centro também havia a possibilidade do banho. Tudo isto é regredir". O responsável diz que tem mantido contactos com a Câmara Municipal de Lisboa, com a Santa Casa da Misericórdia e com o Patriarcado de Lisboa. "O problema é encontrar um espaço onde seja possível ter todas as valências.

O responsável pela Associação diz que não é fácil encontrar um espaço que dê para todas as valências.
A Associação João 13 não nasceu só para dar jantares, nasceu para dar dignidade a estas pessoas que passa por tomar um banho, mudar de roupa e comer uma refeição à mesa".
O presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado explica que o Centro Social Laura Alves "tem capacidade para 40 pessoas e estávamos a receber 120. Além do orçamento, não havia capacidade para apoiar tantas pessoas sem-abrigo. Não conseguimos mais. A primeira responsabilidade da Junta é as pessoas da freguesia. Não conseguimos suportar a cidade".
Contactado pela TSF, o gabinete do vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa disse que a autarquia "conhece e está a acompanhar esta situação no âmbito do Plano Municipal de Apoio às pessoas sem-abrigo".