8.6.16

Os portugueses podiam ter mais qualidade de vida, diz a OCDE

In "Rádio Renascença"

A maioria da população vive menos satisfeita com a vida do que a média dos países da organização. Mas há indicadores em que Portugal adquire boa pontuação.

Portugal ocupa a posição 29 entre os 38 países da OCDE no que toca à qualidade de vida. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico avaliou 11 indicadores e várias regiões de cada um dos Estados-membros.

Em geral, a OCDE considera que Portugal podia ter uma melhor posição no “ranking”. Apesar de estar bem colocado nos indicadores habitação, segurança e qualidade ambiental, o país ainda se encontra muito abaixo no que respeita a rendimento, saúde, ligações sociais, educação e competências adquiridas, emprego e compromisso cívico.

Portugal surge entre a Coreia e a Letónia.

No índice foi divulgado na quarta-feira à noite, a organização escreve que, apesar de dinheiro não comprar felicidade, é um importante meio para atingir padrões de vida mais elevados, refere a OCDE no site dedicado ao índice da qualidade de vida.

Em Portugal, o rendimento líquido familiar disponível, em termos médios, é de pouco mais de 17.700 euros por ano, enquanto a média da OCDE é de quase 25.900 euros. Verifica-se também um considerável abismo entre os mais ricos e os mais pobres, sendo que os 20% mais abastados da população ganham quase seis vezes mais do que os 20% mais pobres.

Em termos de emprego, cerca de 63% dos portugueses com idades entre 15 e 64 anos têm um trabalho remunerado (a média de emprego na OCDE de 66%) e cerca de 10% trabalham muito longas horas.

No que toca à educação e competências, diz a OCDE que “são requisitos importantes para encontrar um emprego”, mas em Portugal, apenas 43% dos adultos com idades entre os 25 e os 64 anos concluíram o ensino secundário – uma percentagem muito abaixo da média da organização, que é de 76%. Este é um indicador onde Portugal aparece mais abaixo.

Em relação à esfera pública, há uma sensação moderada de comunidade e nível de participação cívica. Este indicador é composto por dois itens:

confiança (85% dos portugueses acreditam conhecer alguém quem poderiam confiar nas alturas mais difíceis, versus 88% da média da OCDE);
participação eleitoral (56% dos eleitores foi votar nas últimas eleições, menos do que a média da OCDE, de 68%). A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico considera que o estatuto social e económico pode afectar a taxa de participação eleitoral.
Em termos de equilíbrio entre vida profissional e pessoal, Portugal recebe 6,8 pontos num total de 10.

Neste cenário, a organização conclui que os portugueses vivem menos satisfeitos do que a média da OCDE. Quando solicitados a avaliar a sua satisfação geral com a vida, dão uma nota 5,1 numa escala de 0 a 10. A pontuação mais baixa na OCDE é de 6,5.