in Diário de Notícias
Previsões económicas. Bruxelas vai anunciar
A Comissão Europeia vai rever amanhã em baixa as suas previsões de crescimento para a União Europeia relativas a este ano, depois da deterioração da situação económica desde as suas últimas estimativas, em Novembro.
Trata-se de uma actualização excepcional das previsões económicas para o período compreendido entre 2008 e 2010, para as grandes variáveis macro-económicas: crescimento do produto interno bruto (PIB), défice orçamental, dívida pública, inflação e desemprego, entre outras.
Segundo fonte comunitária citada pela Lusa, a publicação das previsões foi antecipada "porque se materializaram os riscos de abrandamento da economia feitas nas Previsões de Outono, havendo indicações para a existência de uma situação económica pior".
Aquando da divulgação das estimativas do último Outono, a 3 de Novembro, a Comissão Europeia previa um crescimento do PIB na UE de 1,4% em 2008, de 0,2% em 2009 e de 1,1% em 2010.
Reunidos na capital belga amanhã e terça-feira, os ministros das Finanças europeus vão tomar conhecimento das novas previsões até 2010 - que serão avançadas pelo comissário europeu de Economia e Finanças, Joaquin Almunia - e fazer o ponto da situação dos planos nacionais de relançamento económico.
Uma maioria de Estados membros, entre os quais se inclui Portugal, apresentou planos de recuperação económica, que no seu total se elevam a cerca de 1% do PIB da UE, em vez dos 1,2% inicialmente pretendidos, segundo fonte do Executivo comunitário.
Após o novo plano anunciado na passada segunda-feira, a Alemanha é quem mais contribui para relançar a economia europeia, o que explica pelo seu tamanho e pela margem de manobra orçamental.
Na sexta-feira, o Governo português aprovou a proposta de Orçamento Suplementar para 2009 e a revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). O Executivo prevê uma queda do PIB igual a 0,8% este ano, com a taxa de desemprego a agravar-se para os 8,5%, a inflação a ficar em 1,2% e o défice a subir para 3,9% do PIB. No Orçamento de Estado para este ano, em vigor desde 1 de Janeiro, o Governo contava com um crescimento económico igual a 0,6%, uma taxa de desemprego igual a 7,6%, a inflação nos 2,5% e o défice nos 2,2%.