in Jornal de Notícias
A Comissão Europeia prevê para 2009 uma contracção da economia portuguesa de 1,6 por cento, o dobro do estimado por Lisboa (0,8%), e um défice orçamental de 4,6 % também superior em 0,7 pontos às estimativas do Governo (3,9%).
As previsões intercalares para 2009-2010 publicadas esta segunda-feira, em Bruxelas, indicam que o crescimento do PIB português será negativo nos próximos dois anos, baixará de 0,2 % em 2008 para menos 1,6 % em 2009 e menos 0,2 % em 2010. O desequilíbrio das contas do estado irá aumentar de menos 2,2 % do PIB em 2008 para 4,6 % em 2009 e 4,4 % em 2010.
Fonte comunitária disse à Agência Lusa que as previsões de Bruxelas não tomaram em consideração a proposta de Orçamento Suplementar para 2009 e a revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento português (PEC) apresentadas na última sexta-feira pelo Governo.
Lisboa prevê uma queda do PIB igual a 0,8 % no corrente ano e o défice a subir para 3,9 % do PIB.
Para a Comissão Europeia, a contracção do PIB deve-se a vários factores, como condições mais apertadas de crédito, a deterioração da confiança dos consumidores e empresas, e a desaceleração da procura externa.
"O pacote de estímulo fiscal para 2009 adoptado pelas autoridades portuguesas [a 12 de Dezembro último] deverá impulsionar o PIB (principalmente os investimentos) mas os seus efeitos irão decrescer em 2010", segundo Bruxelas.
A maior parte dos Estados-membros da União Europeia, que são também importantes importadores de produtos portugueses, irão assistir a uma contracção do seu produto em 2009: menos 2,3 % do PIB no caso da Alemanha, menos 2,0 na Espanha, menos 2,0 na Holanda, menos 1,8 em França, menos 2,0 em Itália e menos 2,8 no Reino Unido, para só citar alguns países.
A economia europeia deverá recuar no seu conjunto 1,8 por cento em 2009, previu hoje a Comissão Europeia, que acredita no início de uma recuperação moderada antes do final do ano, para um crescimento de 0,5 por cento em 2010.
O cenário para a Zona Euro é idêntico, com Bruxelas a prever uma queda do PIB de 1,9 por cento em 2009, quando no Outono previa um crescimento, ainda que residual, de 0,1 por cento.
A situação orçamental dos 27 também se irá deteriorar, para menos 2,9 por cento do PIB no caso da Alemanha, menos 11,0 por cento na Irlanda, menos 6,2 em Espanha, menos 5,4 em França, menos 3,8 em Itália e menos 8,8 no Reino Unido.