Catarina Gomes, in Jornal Público
Avaliação é menos positiva quando se pergunta sobre bem-estar das crianças na escola
A avaliar pela opinião dos pais portugueses, os seus filhos estão entre os mais energéticos e menos tristes da Europa a 27, mas são menos optimistas quando avaliam o seu bem-estar na escola, revela o primeiro Eurobarómetro sobre saúde mental das crianças, divulgado no final da semana passada.
O estudo mediu as percepções de progenitores (incluindo padrastos e tutores) de 27 países da União Europeia (UE) sobre o estado da saúde mental e bem-estar dos seus rebentos, dos seis aos 17 anos. Portugal não se sai mal nesta avaliação. Tendo em conta cinco tipo de indicadores, fizeram-se várias perguntas a uma amostra de 12.750 pais, cerca de 500 por país.
Em que medida acha que o seu filho esteve em boa forma e cheio de energia na última semana? Em primeiro lugar surgem os holandeses, que respondem que os seus petizes estiveram muito bem ou extremamente bem naquele período (cerca de 90 por cento). Os portugueses também aparecem nos primeiros lugares, com cerca de 80 por cento a fazer a mesma avaliação, bastante melhor do que a média europeia, que ronda os 70 por cento. O mesmo pode ser dito da pergunta: quantas vezes é que o seu filho se sentiu triste na última semana? Logo a seguir aos húngaros, os pais nacionais são os segundos a dizer que isso nunca aconteceu - metade tem esta resposta face à média europeia de 29 por cento.
Quando se pergunta se os mais novos tiveram tempo livre para si na última semana, os progenitores portugueses parecem ser dos que mais reconhecem autonomia aos seus filhos. Têm o melhor resultado, juntamente com os pais belgas: 63 por cento dizem que os descendentes tiveram sempre tempo livre para si durante aquele período.
Mas quando se passa ao universo escolar, a avaliação deixa de ser positiva.
Inquiridos sobre o bem-estar dos filhos na escola durante a última semana, 59 dos pais portugueses dizem que estiveram bem ou muito bem, muito abaixo da média europeia para a mesma resposta, que está nos 74 por cento. Contas feitas a todos os indicadores, as crianças e jovens nacionais estão a meio da escala europeia.
O estudo admite que esta é uma forma indirecta de saber estas informações, já que as opiniões dos pais podem não coincidir com as dos filhos. O inquérito surge no âmbito do Pacto Europeu para a Saúde Mental e Bem-Estar, um documento que define a melhoria da saúde mental de crianças e jovens como uma prioridade.