in Jornal de Notícias
A Comissão Europeia prevê um crescimento "modesto" da economia portuguesa em 2010 de 0,5% do PIB, acima das anteriores previsões feitas em Novembro (0,3%), mas ligeiramente abaixo da estimativa do Governo (0,7%).
"O panorama caracteriza-se por uma recuperação modesta" do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, considera o executivo comunitário nas Previsões da Primavera publicadas hoje, quarta-feira, em Bruxelas.
O crescimento do PIB em 0,5% em 2010 será seguido por um aumento de 0,7% no próximo ano, de acordo com o documento.
No Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) actualizado em finais de Março, o Executivo de José Sócrates previa que, depois da contração de 2,7% do PIB em 2009, a economia iria para uma rota de evolução de mais 0,7% em 2010, 0,9% em 2011 e 1,3% em 2012.
Comércio com Espanha
Bruxelas explica que a evolução da riqueza portuguesa será condicionada principalmente pelo crescimento do comércio externo, visto que a procura interna deverá "estagnar", seguindo o exemplo do consumo e a "continuação da contracção" do investimento.
"Como o crescimento do PIB deverá ser determinado pela evolução do comércio, o panorama actual é muito condicionado pelos riscos dos resultados das exportações", considera o executivo comunitário.
Bruxelas recorda a importância do comércio com Espanha, para onde o país vende um quarto das suas exportações, e sublinha que a posição competitiva de Portugal não se deve alterar, o que também condiciona a recuperação das exportações a médio prazo.
UE também com revisão em alta
Para a União Europeia (UE), a Comissão reviu também em ligeira alta o crescimento da economia, para 1% em 2010 e 1,7% em 2011, e garante que a retoma económica está em curso nos 27 Estados-membros.
No que diz respeito à zona euro, as "Previsões da Primavera" de Bruxelas projectam um crescimento na mesma ordem, de 0,9%este ano e 1,5% no próximo.
Relativamente às "Previsões de Outono", em Novembro de 2009, e também às previsões intercalares de Fevereiro passado, trata-se de uma revisão em alta, já que ambas apontavam para um crescimento do PIB da União Europeia e da zona euro de 0,7%.