Célia Marques de Azevedo*, in Jornal de Notícias
Ministros das Finanças dos 27 Estados-membros protagonizaram verdadeira maratona negocial.
Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) aprovaram um pacote de crédito de mais de 500 mil milhões de euros destinado a cobrir as necessidades dos países membros com problemas de solvência e defender o euro, disseram fontes diplomáticas.
O mecanismo europeu de estabilização inclui uma possibilidade de ajuda à balança de pagamentos no valor de 60 mil milhões de euros, com garantia dada pelos recursos próprios da UE, mais 440 mil milhões em fundos ou garantias dados pelos Estados-membros da zona euro, assim como um montante do Fundo Monetário Internacional (FMI) de pelo menos metade do garantido pela Europa.
Trata-se de um pacote financeiro erguido em moldes semelhantes aos que se empregaram para ajudar a Grécia e o maior já alguma vez montado.
Uma negociação dificílima que tinha obrigatoriamente de terminar em decisão. Apesar de todos concordarem que era necessária uma acção concertada para estabilizar o euro, os ministros das finanças dos 27 precisaram de entrar noite dentro, para acertar os mecanismos de apoio financeiro europeu. Uma maratona de negociações, entre sexta-feira e domingo à noite, para mudar a estrutura económica da União Económica e Monetária antes da abertura dos mercados asiáticos, na última madrugada.
O Reino Unido esclareceu ainda antes do início da reunião que não ia ser avalista de nenhum país da zona euro, mas apoiaria o mecanismo de estabilização projectado inicialmente pela CE.
Quanto aos moldes estiveram na mesa duas possibilidades, uma - e a que deverá passar à prática - na qual seria a CE a contrair um empréstimo em nome do Estado-membro em dificuldade, outra, seria o país necessitado a pedir um empréstimo, com os restantes a prestarem garantia, hipótese que não vingou.
Ao mesmo tempo, o conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) esteve reunido também na capital belga para averiguar qual o seu papel no apoio ao mecanismo comunitário.
Do BCE espera-se uma posição onde declare que estará disposto a financiar a dívida dos países em dificuldades readquirindo os títulos da sua dívida aos investidores.
*Com Agência Lusa