5.5.10

Os melhores países para ser mãe

in Jornal de Notícias

A Noruega é o melhor país para se ser mãe, estando o Afeganistão no lado oposto da tabela. Portugal ocupa a 19.ª posição numa lista de 160 países, analisados pela Save the Children.

Num relatório recentemente publicado, a organização não governamental de defesa dos direitos das crianças baseou-se em critérios como saúde, educação e condições económicas de mães e filhos em cada país para aferir quais os melhores e os piores Estados para se dar à luz.

De acordo com a Save the Children, uma mulher portuguesa que tenha hoje um filho provavelmente terá usado métodos contraceptivos modernos (63 %) e terá estudado durante 16 anos.

As portuguesas podem hoje beneficiar de uma licença de maternidade até 120 dias pagos na totalidade e é pouco provável que o seu filho morra antes dos cinco anos: quatro em cada mil nados vivos morrem antes do quinto aniversário.

Uma mulher norueguesa que dê hoje à luz terá provavelmente decidido engravidar depois de ter recebido 18 anos de educação e de ter utilizado métodos contraceptivos, controlando a sua vida sexual.

Depois do parto, foi assistida por pessoal médico especializado e vai poder usufruir de uma licença de maternidade entre 46 a 56 semanas (322 a 392 dias). Só muito dificilmente, o seu filho morrerá antes dos cinco anos e, se tudo correr bem, esta mulher vai viver até aos 83 anos.

Por outro lado, uma mulher afegã que seja hoje mãe tem um elevado risco de morrer durante o parto (uma em oito afegãs morrem por complicações antes ou depois do parto), que raramente é assistido (em apenas 14 %s). Esta mulher, que apenas estudou durante cinco anos e não teve acesso a métodos contraceptivos modernos (apenas 16 % das mulheres os usam), vai viver quase metade do que a mulher norueguesa (44 anos).

Provavelmente, a mulher afegã vai sofrer a perda de pelo menos um filho antes que ele complete os cinco anos, por uma doença facilmente evitável.

Depois da Noruega, os melhores países para a maternidade são a Austrália, a Islândia, a Suécia, a Dinamarca, a Nova Zelândia, a Finlândia, a Holanda, a Bélgica e a Alemanha.

Portugal está entre os melhores lugares, na 19.ª posição, estando entre os 43 Estados que compõem o grupo dos mais desenvolvidos.

No fim da lista estão o Afeganistão, o Níger, o Chade, a Guiné-Bissau, o Iémen, a República Democrática do Congo, o Mali, o Sudão, a Eritreia e a Guiné Equatorial, que são os piores países para se ser mãe, de acordo com este relatório.

O documento "State of the World's Mothers 2010", da Save the Children, refere ainda que "todos os anos morrem nove milhões de recém-nascidos e bebés até aos cinco anos" e que "350 mil mulheres perdem a vida por engravidarem ou na sequência de complicações no parto".

"A maioria destas mortes ocorre em áreas do mundo em desenvolvimento onde os cuidados básicos de saúde estão muitas vezes indisponíveis, muito distantes ou são de muito baixa qualidade. E a maioria destas mortes podia ser prevenida se existissem trabalhadores qualificados e equipamentos de saúde por perto para servir as mais pobres e as mais marginalizadas mães e crianças", lê-se no relatório.