5.5.10

TERTÚLIA «BARREIRO VELHO»

in Rostos On-line

No Ano Europeu de Combate à Pobreza, o governo pretende congelar os salários dos trabalhadores, diminuir o subsídio de desemprego, degradar as reformas, pensões e outras prestações sociais!

As economias de mercado geram desequilíbrios de rendimento “obscenos” entre ricos e pobres, que em Portugal ainda são maiores do que na maioria dos países europeus.

Sobressaltamo-nos quando ouvimos amiúde esta frase. Inquietamo-nos quando reflectimos sobre o futuro dos nossos filhos e netos. Indignamo-nos quando percebemos que é outro o caminho para onde conduziram a nossa Revolução de Abril.
Abril já é uma memória perdida?

A democracia política, social e económica, o Socialismo da Constituição são utopias?
A desilusão arrasta o abandono, o desencanto, o conformismo, o desgosto e o alheamento!

No tempo da CUF da família Mello, antes do 25 de Abril, os administradores ganhavam cerca de 100 vezes o salário de um operário. Na EDP, em 2009, o administrador executivo recebeu 3,1 milhões de euros, o equivalente a 618 subsídios de desemprego (aproximadamente o salário mínimo nacional).

O oportunismo, o favorecimento, a corrupção (que também haviam no tempo da ditadura, assente numa feroz estratificação de classes) grassam como chuva dissolvente corroendo os alicerces do regime democrático.

No rescaldo da crise financeira por eles próprios provocada, os banqueiros embolsam milhões e o desemprego alastra, aumentando as desigualdades sociais. Em Portugal são quase 600 mil os desempregados (cerca de 11% da população activa) e não param de aumentar com a destruição do tecido produtivo.

No Ano Europeu de Combate à Pobreza, o governo pretende congelar os salários dos trabalhadores, diminuir o subsídio de desemprego, degradar as reformas, pensões e outras prestações sociais!

As economias de mercado geram desequilíbrios de rendimento “obscenos” entre ricos e pobres, que em Portugal ainda são maiores do que na maioria dos países europeus.
Hoje, como ontem, o sistema capitalista não pode, não sabe ou não quer resolver os grandes problemas em que o Mundo está mergulhado. No nosso País, os seus seguidores mais ou menos liberais, alternam o poder há 35 anos a afundam-no cada vez mais na injustiça, na deseducação, na desigualdade.

São as grandes contradições sociais, económicas e políticas que fazem eclodir as grandes transformações. Foi assim em Abril de 1974 e recordamos a então falta de liberdade, a ignomínia da emigração, o pavor da guerra colonial, o obscurantismo cultural, o terror policial.

Mais cedo ou mais tarde o povo português e os povos de todo o Mundo, serão chamados a fazerem a grande transformação de um sistema que não é futuro nem para Portugal nem para a Humanidade.
Viva o 25 de Abril!