in SIC
deste ano podem vir a ultrapassar as do ano passado.
Quase oito mil casas penhoradas foram vendidas em leilão no ano passado. O número é revelado pela ordem dos agentes de execução e não inclui nem as penhoras das finanças, nem as da segurança social.
O empréstimo à habitação é por norma o último dos vários créditos. As famílias em dificuldades deixam de pagar e entre o momento do incumprimento e a execução fiscal ainda leva algum tempo.
“Eventualmente no fim do ano, início do próximo é que teremos a consequência do momento difícil que as famílias estão a viver em 2022 e 2023. Estes números são claramente um reflexo das dificuldades do passado e não do agora”, explicou Natália Nunes da DECO.
Desde que foi criado em 2016, o E-leilões nunca tinha tantos imóveis para leiloar como no ano passado. Em 2022 foram colocados em licitação 7.945 casas e terrenos penhorados por dívidas.
“Talvez seja o boom das vendas judiciais”, referiu Duarte Pinto, da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.
Isto, não é de estranhar depois das restrições impostas pelo Governo durante a pandemia. Na altura, o Estado limitou os processos e as penhoras e entre 2020 e 2021 houve poucos negócios para os agentes de execução.
Não é difícil de perceber que o pior está para vir e os números de penhoras vão seguramente aumentar. A não ser que novas medidas de apoio às famílias surjam.