Esta é a questão fundamental que pretende ser respondida durante a segunda conversa organizada pelo projeto do Expresso que tem como propósito esclarecer os portugueses quanto a temas ligados à Universidade
Falta menos de um mês para a realização do V Encontro Internacional de Reitores Universia, evento que junta líderes universitários de todo o mundo. Valência (Espanha) será o palco do evento durante os dias 8, 9 e 10 de maio, sob o tema "Universidade e Sociedade”, que terá como foco o papel da universidade como força motriz para um desenvolvimento socioeconómico mais sustentável.
O Expresso une-se a esta iniciativa promovendo 5 conversas sobre temas ligados a estas instituições de ensino (a primeira já foi publicada e pode ser ouvida AQUI).
A segunda sessão põe a tónica na importância da formação ao longo da vida ou formação contínua, tendo em conta um futuro cada vez mais incerto e competitivo. Para debater esta temática o Expresso convidou as seguintes oradoras:
Maria José Fernandes, professora coordenadora principal da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave;
Lúcia Teixeira, professora e presidente do Colégio e Universidade Santa Cecília e presidente do SEMESP
Mais de 50%
da população jovem portuguesa está no Ensino Superior
Conheça as ideias principais desta segunda conversa:
“A formação ao longo da vida é um dos temas mais atuais do momento, pelo menos em Portugal”, considera Maria José Fernandes;
Num mundo cada vez mais competitivo e incerto é crucial investir na formação contínua da população adulta, para que haja uma atualização permanente;
Para as universidades é crucial trazer este público para as instituições, através de programas específicos, como é o caso dos mestrados profissionais;
“Em todas as áreas é necessária uma formação ao longo da vida”, acredita a professora coordenadora principal da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave;
Em Portugal há um défice de qualificação na população adulta;
No Brasil, só 18% da população jovem tem acesso à Universidade, conta Lúcia Teixeira, que acredita que a solução passa pelo “financiamento”, sendo que 77% das matrículas que ocorrem neste país da América do Sul são feitas no ensino privado;
Em Portugal, mais de 50% da população jovem com mais de 18 anos está no Ensino Superior. De recordar que o país se comprometeu, até 2030, atingir a meta europeia de chegar aos 60%;
A universidade multigeracional já é uma realidade nas insituições;
“Os alunos devem estar preparados para o imprevisível". Nesse sentido deve promover-se também a resiliência para que consigam encarar as urgências do mundo, explica Lúcia Teixeira;
Os novos programas surgiram em força depois da pandemia, visto que esta evidenciou ainda mais a necessidade de uma formação contínua;
Esta formação contínua relaciona-se com os conceitos de upskilling (aperfeiçoar e otimizar competências já adquiridas) e reskilling (aprender novas competências que permitam, por exemplo, mudar de carreira ou área profissional);
No nosso país vive-se, atualmente, um “défice enorme” nas áreas das tecnologias, alerta Maria José Fernandes;
Em Portugal já há programas que formam pessoas - de todas as idades - com um skill específico, de forma a dar resposta a uma necessidade concreta de uma empresa em particular. “Os alunos depois da formação fazem um estágio de seis meses na empresa para posterior contratação”, esclarece Maria José;
No Brasil há Centros de Carreira, que ajudam os alunos a traçarem o seu caminho ao nível da formação, e nos quais se aplica no conceito de multiversidade. “As universidades devem ser plataformas abertas e de colaboração", principalmente com a sociedade, reforça Lúcia Teixeira;
A sociedade deve ser promotora de inclusão. No Ensino Superior “cabem todos”, independentemente das suas origens porque ninguém deve deixar de estudar por dificuldades económicas;
O grande desafio no Brasil, no que toca a alunos mais desfavorecidos do ponto de vista económico, não é a sua entrada nas universidades, mas sim a sua manutenção nestas instituições;
É preciso, cada vez mais, trazer o mercado de trabalho para a Universidade e esta deve perceber que os alunos de hoje são diferentes e têm necessidades diferentes;
“Só a educação transforma”, conclui Maria José Fernandes, acrescentado que não se pode formar sem estar alinhado com a sociedade.
As conversas que se seguem irão focar-se em questões relacionadas com a interconexão entre as instituições universitárias, o impacto da academia nas cidades e, por último, os novos formatos a implementar. Acompanhe esta iniciativa ao longo das próximas semana em expresso.pt.
V Encontro Internacional de Reitores Universia
Em 2023, o Expresso associa-se ao Santander para amplificar o V Encontro Internacional de Reitores Universia, que terá debates em torno de três eixos principais: aprendizagem ao longo da vida ou aprendizagem contínua; promoção do empreendedorismo e da inovação; redes e interconexão entre as universidades.