Ana Peixoto Fernandes, in Jornal de Notícias
Muitas famílias da região do Alto Minho vão, devido à crise laboral, passar um dos piores Natais e finais de ano da última década. Este é, pelo menos, o cenário traçado pela União de Sindicatos de Viana do Castelo, a cerca de três semana do fim de 2008.
Empresas encerradas, despedimentos colectivos e ameaça de perda de postos de trabalho, são factores que concorrem para uma grande instabilidade no seio familiar de "entre 600 a 700 trabalhadores", que ficaram sem emprego nos últimos seis meses.
"2008 termina da pior forma, com uma recessão que se perspectiva vá continuar em 2009, e o desemprego aumentou fruto de alguns encerramentos, alguns despedimentos colectivos e outros programados", revelou o dirigente sindical Branco Viana, considerando que "são muitas as famílias que vão passar um Natal e um final de ano como já não tinham memória, se calhar há mais de uma década, de o passar tão mal". "Globalmente o distrito termina da pior forma em diversos sectores, desde a indústria automóvel, à da metalurgia e da metalomecânica, sobretudo, ligadas ao sector naval", sublinhou Branco Viana, recordando os casos do encerramento e "despedimento de 90% dos trabalhadores" em duas empresas da referida área, em Monção e Valença.
Em consequência do choque sofrido no mundo empresarial da região do Alto Minho, ao longo do ano que termina, o dirigente sindical salienta que "no último semestre perderam emprego entre 600 a 700 pessoas, das quais cerca de 90% no sector da industria". Neste cenário, apenas uma ressalva, ao nível das grandes superfícies que, tendo proliferado por todo o distrito, foram criando novos postos de trabalho.
Profundamente afectado por despedimentos e suspensão da área produtiva foi, segundo este responsável sindical, o sector da fabricação de componentes automóveis, de que se destacam quatro grandes empresas, a Dalphi Metal, a Iralusa Lusitânia e a Gestamp, em Cerveira, a Dayco Ensa, em Valença e a Leoni em Viana do Castelo.