2.12.08

Novas infecções de Sida duplicaram em Portugal

in Jornal de Notícias

Portugal está entre os quatro países europeus onde a taxa de novas infecções por HIV quase duplicou entre 2000 e 2007, segundo um relatório da EU e da ONU divulgado esta segunda-feira.

A taxa de infecção por HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) em 49 países europeus quase duplicou entre 2000 e 2007, atingindo o nível mais elevado jamais registado na Europa, adianta o relatório conjunto do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), da ONU.

A taxa anual de casos novos diagnosticados de infecção por HIV aumentou de 39 para 75 por um milhão de pessoas, de 2000 para 2007, de acordo com o relatório divulgado pelas agências da UE e da ONU no âmbito do Dia Mundial de Luta contra a Sida.

Em 2007, foram registados 48.892 novos casos diagnosticados de infecção por HIV em 49 países da Europa.

A Áustria, Itália, o Mónaco e a Rússia foram excluídos do estudo devido à falta de dados.

O relatório divulgado conjuntamente pelo centro europeu e pela OMS indica que Portugal, a Estónia, a Ucrânia e a República da Moldova possuem as taxas mais elevadas de novas transmissões de infecções por HIV.

O estudo revela ainda que a infecção entre toxicodependentes é a principal causa de transmissão na Europa de Leste.

Outros países com elevadas taxas de infecção são a Letónia, o Cazaquistão, Uzbequistão, Reino Unido, Bielorrússia e Suíça.

Na Europa Central e Ocidental, o contacto sexual entre heterossexuais é a principal causa de infecção, apesar de as transmissões entre homossexuais também estarem a aumentar.

Cerca de 40 por cento dos casos onde o vírus foi transmitido por via heterossexual foram registados em pessoas originárias de países com epidemias generalizadas, segundo o relatório.

"Um desafio que enfrentam todos os países é que muitas das pessoas que vivem com HIV desconhecem que estão infectadas", disse Zsuzsanna Jakab, directora do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.

A responsável afirmou que os dados revelam que os principais grupos infectados diferem de país para país, devendo portanto a prevenção ser direccionada de formas diversas.