Pedro Sousa Tavares, em Paris, in Diário de Notícias
Superior. Organização ficou "impressionada"
Sistema de empréstimo visto como incentivo ao sucesso escolar
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostrou-se ontem "muito impressionada" com as alterações introduzidas nos últimos anos no ensino superior português, tanto pela sua abrangência como pela rapidez com que foram implementadas.
Dois anos depois de, a pedido do Governo português, terem analisado e emitido um conjunto de recomendações para melhorar o sistema nacional, os peritos da OCDE receberam ontem a visita do ministro do Ensino superior, Mariano Gago, que fez um balanço dos progressos alcançados desde então.
A possibilidade de as universidades se converterem em fundações públicas de direito privado foi uma das inovações que mais gerou interesse por parte de representantes de vários países. O sistema de empréstimos a estudantes, embora já presente noutros países, também chamou a atenção, segundo explicou o ministro Mariano Gago, pelo facto de estes preverem "um spread que nunca pode exceder 1%, que fica próximo do zero se o estudante for bom aluno", o que foi visto como um "incentivo ao sucesso escolar".
Dois outros factos destacados foram o aumento das ofertas de qualificação para adultos, nomeadamente através dos cursos de especialização tecnológica, e 10% das novas inscrições no acesso às universidades ser já de para maiores de 23 anos.
Já o ministro Mariano Gago disse ao DN que "o essencial da reforma do ensino superior" está alcançado, apesar de alguns ajustes ainda em curso, nomeadamente nos estatutos dos professores do sector. Considerou ainda que com "o reforço de 90 milhões de euros" nos investimentos directos do Estado e o acesso "através da competição" a outros fundos públicos, nomeadamente para a ciência, as instituições portuguesas, terão boas condições de funcionamento em 2009.