in Jornal Público
Distribuição é hoje retomada, abrangendo 1618 instituições e 245 mil pessoas
Foi um novo recorde de generosidade - 1905 toneladas de alimentos recolhidos em dois dias -, um acréscimo de 19 por cento em relação a 2007. Em comunicado ontem divulgado por Isabel Jonet, presidente da federação portuguesa dos 14 bancos alimentares contra a fome (BACF), destaca-se a grande adesão à campanha de recolha de alimentos, dos quais "depende a sobrevivência" de muitos.
Hoje mesmo retoma-se a distribuição de alimentos às 1618 instituições que beneficiam do apoio do banco e, através delas, a 245 mil pessoas. Como notava Jonet ao PÚBLICO no domingo, horas antes do fim da campanha, "2,5 por cento da população portuguesa" come graças ao BACF.
A campanha segue até dia 7 nas cadeias Pingo Doce/Feira Nova, Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl e Modelo/Continente. Os interessados podem comprar cupões "ajuda vale", válidos para cinco produtos: azeite, óleo, leite, salsichas e atum. Cada cupão compra uma unidade de um produto e a doação é auditada por uma empresa externa - garantindo que chega ao BACF.
Os alimentos recolhidos sábado e domingo são uma parte das 20 mil toneladas que o Banco Alimentar distribui - equivalente a 26 milhões de euros, num movimento diário de 79,7 toneladas por dia útil, segundo os dados de 2007.
Além do que é recolhido nos supermercados, o BACF recebe excedentes da doados pela indústria agro-alimentar, agricultores, cadeias de distribuição e operadores dos mercados abastecedores.
"São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição", diz o comunicado. "Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os bancos alimentares contra a fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades actuais."
A crise e o aumento dos preços "tornam ainda mais necessária a acção dos bancos alimentares para minorar as carências" de muitas famílias", diz o texto. Mas os alimentos doados, dizia ontem Isabel Jonet à Lusa, são em muitos casos "uma ajuda pontual" para ultrapassar "uma situação mais difícil". A.M.