5.2.16

Instituições preparadas para acolherem 35 refugiados

Maria Elisabete Sousa Pinto, in "O Comércio de Guimarães"

PROGRAMA «Guimarães acolhe» resulta de consórcio de 19 entidades Elisabete Pinto Guimarães já tem preparada a resposta para o acolhimento de 35 refugiados, embora ainda não esteja apontada a data para a chegada da primeira família. O plano de acção para o acolhimento de pessoas com necessidade de protecção internacional foi aprovado por unanimidade, na reunião do Executivo vimaranense, realizada na passada quinta-feira, na vila de Brito. «Guimarães Acolhe» é o nome do consórcio que envolve 19 entidades públicas e privadas, sendo coordenado pelo Município de Guimarães.

Coube à Vereadora da Acção Social a apresentação à Vereação do acordo de cooperação que estabelece o modo de funcionamento do plano de acolhimento, lembrando que desde Agosto do ano passado está a ser elaborado, estando agora criadas as condições para a recepção. "Portugal definiu como meta nos próximos dois anos acolher cinco mil pessoas, o que requer uma estratégia de acolhimento descentralizada", observou, indicando que o processo abrangeu a Rede Social de Guimarães e as "entidades que quiseram e se disponibilizaram para aderir".

Paula Oliveira frisou que no âmbito do Plano de Acção cada entidade assume os seus compromissos e o que se disponibilizou a fazer no processo de acolhimento "quer serja ao nível do alojamento, da alimentação ou da integração na comunidade". "Queremos uma integração plena, com alojamento, roupas, alimentação, acesso à saúde, educação, apoio jurídico e social", sublinhou, alertando que o plano de acção contempla: "a preparação do acolhimento, o acolhimento, a monitorização e a integração e a informação/formação e campanhas". "Já decorreram em Guimarães acções de formação e sensibilização quer para os técnicos e instituições que vão acolher os refugiados e que fazem parte deste plano, bem como para uma bolsa de voluntários que também se disponibilizou", referiu, ao acrescentar que, em termos de angariação de fundos, a comissão já conseguiu arrecadar dois mil 400 euros.

Foi criada uma Comissão Executiva, constituída por três entidades, para a gestão dos fundos que forem angariados, sendo extinta quando não for necessária a sua vigência.

"Neste momento, Guimarães tem todas as condições para executar o programa depois de aprovado o acordo, depois de assinado o memorando entre o Conselho Português dos Refugiados - interlocutor entre o Município e todo o «Guimarães Acolhe», o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Será ainda formalizada a Comissão Executiva", indicou Paula Oliveira, enaltecendo o empenho e generosidade de todas as entidades parceiras no projecto e dos vimaranenses que "são sensíveis ao drama que as pessoas que fogem da guerra estão a viver".

O Plano de Acção apresentado pela Vereadora da Acção Social mereceu a felicitação do líder local do PSD. Para André Coelho Lima, "é muito importante que Guimarães, como quaisquer comunidades, se prepare para um acolhimento transversal, não apenas para arranjar habitação, ou postos de trabalho, mas para arranjar as condições sociais de enquadramento, ou seja, que as instituições sociais estejam envolvidas no projecto, tendo a preocupação de fazer um acolhimento que permita que as pessoas sintam que fazem parte da comunidade". No seu entender, tal permitirá "evitar os problemas que têm ocorrido no centro da Europa, que decorrem da circunstância de se terem acolhido pessoas em número elevado e de não ter havido a preparação devida para que a comunidade que vai receber aceite e para que quem vem também queira ser recebido e ser aceite". "A forma como está projectado o acolhimento de refugiados é algo que me merece a total concordância", expressou André Coelho Lima.
O Vereador da CDU congratulou-se igualmente pela resposta criada, porque "a comunidade tem de ser preparada para a recepção dos refugiados". José Torcato Ribeiro considerou que "as instituições envolvidas têm condições para com serenidade acolherem as pessoas que nos procuram num momento difícil das suas vidas".

Consórcio agiliza recursos e respostas O programa «Guimarães Acolhe» é promovido pela Câmara de Guimarães com um conjunto de instituições que se organizam em consórcio para o seu desenvolvimento, de acordo com responsabilidades assumidas por cada uma delas.
Coordenado pela Autarquia vimaranense, o consórcio conta com a participação e apoio do Conselho Português de Refugiados, integrando ainda as seguintes entidades: ACES do Alto Ave, Centro de Emprego de Guimarães, Ordem dos Advogados - Delegação de Guimarães, Arciprestado de Guimarães, Associação de Apoio à Criança, Associação para o Desenvolvimento das Comunidades Locais, Associação de Solidariedade Social dos Professores - Delegação de Guimarães, Banco de Partilha, CASFIG, Centro Juvenil de S. José, Centro Social de Brito, Centro Social da Irmandade de S. Torcato, Cruz Vermelha Portuguesa - Delegação de Guimarães, Fraterna, Lar de Santa Estefânia, Santa Casa da Misericórdia de Guimarães e Venerável Ordem Terceira de S. Francisco.

Podem também integrar o «Guimarães Acolhe» outras instituições que partilhem dos objectivos e princípios do programa, que se queiram associar a esta causa através da disponibilização e mobilização de recursos, devendo manifestar essa vontade junto dos serviços da Autarquia.