20.4.17

Desemprego registado no nível mais baixo em oito anos

Nuno Aguiar, in Negócios.pt

Os dados foram publicados esta manhã pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) e mostram que em Março havia 471.474 pessoas inscritas em centros de emprego, o que representa uma descida de 3,3% face ao mês anterior e de 18% face ao mesmo mês de 2016. No segundo caso, trata-se da maior descida homóloga desde que há registos (a partir de 1989). Menos 104 mil pessoas do que há um ano. O desagravamento de Fevereiro já tinha sido o mais significativo em 28 anos (-15,3%).

Verifica-se, assim, que a tendência de desagravamento do desemprego continua a reflectir-se nos dados do IEFP. O instituto nota que todos os grupos contribuíram para esta melhoria. "Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2016, contribuíram todos os grupos do ficheiro de desempregados, com destaque para os homens (-19,9%), os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (-17,1%), os inscritos há menos de um ano (-19,7%), os que procuravam novo emprego (-17,9%) e os que possuem como habilitação escolar o secundário (-16,0%)", pode ler-se na publicação do IEFP.

Numa análise por regiões, o desemprego recua em todas elas, mas o Centro e o Alentejo – com diminuições de 21,2% e 21,3%, respectivamente – são as que mais se destacam. Açores e Madeira têm as quebras regionais menos expressivas, ainda assim superiores a -10%. No Norte, pela primeira vez em oito anos, o desemprego registado ficou abaixo das 200 mil pessoas, tendo descido 36% face ao pico observado em 2013.

Em Março, inscreveram-se nos centros de emprego 50,9 mil portugueses, o que representa uma diminuição homóloga de 4,9%, mas um crescimento de 15,7% face a Fevereiro. A compensar este movimento estão as colocações de desempregados, que também diminuem face ao mesmo mês de 2016, mas aumentam de forma significativa em relação a Fevereiro (mais 48%).

Recorde-se que estes números do desemprego registado são influenciados pela evolução do mercado de trabalho, mas também por políticas públicas, como os programas de estímulo ao emprego. Além disso, há mais desempregados em Portugal do que aqueles que estão inscritos no IEFP. O INE estima que existam cerca de 511 mil portugueses desempregados.