19.2.19

Comunidade cigana exige "habitação condigna" na Maia

Alfredo Teixeira, in JN

Elementos da comunidade cigana em protesto na Maia

Elementos da comunidade cigana residente na Rua das Lagielas, da freguesia de Vila Nova da Telha, manifestaram-se na manhã desta sexta-feira junto à Câmara Municipal da Maia, exigindo realojamento em casas municipais.
"Vivemos há sete anos em contentores sem condições, isolados e sem contacto com a restante comunidade", afirmou ao JN José Rossio. Esta comunidade cigana reside há sete anos, na Rua das Lagielas, da freguesia de Vila Nova da Telha, na Maia, em casas pre-fabricadas, após terem deixado o acampamento no Lidador onde residiram durante 60 anos.

"Fomos realojados nestes contentores e sempre pensamos que era uma solução provisória. Acontece que estamos lá há sete anos, numa autêntica entulheira, cheia de ratos", acrescentou José Rossio. A comunidade considera que está a ser discriminada por ter sido colocada longe da restante comunidade da freguesia. "Queremos que os nossos filhos e netos crescem com os outros meninos e que haja troca de experiência e cultura entre todos os habitantes. Por isso exigimos ser realojados em casas camarárias misturados com a restante população", acrescentou.

Homens e mulheres falam de contentores sem condições e prejudiciais aos residentes, alguns deles doentes. No total são 150 pessoas a residir em dez contentores. Ontem de manhã, concentraram-se junto à entrada dos Paços do Concelho, acompanhados pelos eleitos da CDU na Assembleia Municipal. "Vivem numa zona isolada, entre o campo de jogos de Pedras Rubras e a pista do aeroporto, em evidente segregação", refere Alfredo Maia, eleito pela CDU e que, já por várias vezes, levantou esta questão em reuniões da Assembleia Municipal.

O administrador executivo da Espaço Municipal, Fialho de Almeida, recusou reunir com a comunidade cigana. Ao JN reconhece que "as condições de habitabilidade não são as melhores e por isso haverá intervenção como acontece com o restante património da câmara". O responsável recorda que a autarquia gastou, há sete anos, um milhão de euros com estes realojamentos e diz que as habitações "não são contentores mas casas pré-fabricadas".

Fialho de Almeida esclarece ainda que a vontade da autarquia é proceder ao realojamento destas pessoas em outros locais "paulatinamente e à medida que for possível".