João Carreira e Marina Guerra, in Região de Leiria
Embora sendo dos concelhos com menos população do distrito, Ansião está em terceiro lugar nos pedidos de Complemento Solidário de Idosos. O concelho do norte do distrito só é ultrapassado por Leiria e Caldas da Rainha
O concelho de Ansião, com apenas 13.751 habitantes, ocupa no distrito o terceiro lugar no número de pedidos para beneficiar do Complemento Solidário de Idosos (CSI). Consegue mesmo ultrapassar Alcobaça, cuja população está estimada em 55.269 habitantes, ficando muito perto do número de candidaturas efectuadas em Caldas da Rainha, que possui praticamente quatro vezes mais pessoas a viver nas suas fronteiras do que aquelas que residem em Ansião. O primeiro lugar, sem surpresas, é ocupado por Leiria, capital do distrito e o concelho mais populoso. Mas Ansião consegue ainda atingir o segundo lugar no número de requerimentos apresentados por idosos com 80 ou mais anos (ver quadro em baixo).
Os números revelam ainda que a região acompanha a tendência nacional. São as mulheres as que mais beneficiam do CSI: 1.235 contra 512 dos homens. Desde o início da prestação, em Janeiro de 2006, até 31 de Outubro deste ano, entraram na Segurança Social de Leiria 2.400 requerimentos, dos quais foram deferidos 1.821.
O director do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social, contudo, está convicto de que a partir de Janeiro de 2008 os encargos com o CSI (ver caixa ao lado) deverão atingir anualmente os três milhões de euros. De momento a prestação do complemento representa um encargo anual que ronda metade desse valor. A duplicação dos custos é esperada pelo facto de o CSI se destinar hoje às pessoas com idade igual ou superior a 70 anos, mas a partir de Janeiro passar a abranger aqueles que têm mais de 65 anos.
A Segurança Social de Leiria, de resto, começou a notificar todos os pensionistas e só na última semana realizou cerca de seis mil atendimentos presenciais, sendo que até 26 de Novembro foram recebidos 2.721 requerimentos.
Daqui a 25 anos, idosos podem duplicar número de jovens
O número de idosos tem aumentado, em particular o grupo com 80 e mais anos. Na sua maioria (58,2 por cento), os idosos são mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, nos próximos 25 anos o número de idosos poderá mais do que duplicar o número de jovens. A maioria dos idosos vive com o cônjuge. Cerca de um quarto dos indivíduos dos 50 aos 69 anos de idade e que deixaram o último emprego trabalharam durante 40 a 44 anos, sendo o limite de idade de reforma obrigatória a principal razão para a reforma. 62% dos indivíduos entre os 50 e 69 anos - com pensão de reforma ou que, não recebendo, tinham direito a ela - apontaram como motivo principal para continuar a trabalhar a necessidade de ter um rendimento familiar suficiente. A proporção de idosos que utilizam computador e internet tem vindo a aumentar.