Alexandra Marques, in Jornal de Notícias
Pré-escolar para todos e bolsas para incentivar jovens a completar 12.º ano
Uma bolsa de estudos para ajudar os jovens a completar o Secundário foi a promessa reiterada, à qual se juntou o compromisso da universalização do pré-escolar.
Após o apelo ao diálogo e à negociação entre patrões e sindicatos para evitar que o desemprego assuma ainda maiores proporções, o líder anunciou uma bolsa para estudantes dos 15 aos 18 anos. Um complemento ao abono de família, mas apenas para as que realmente precisem e só se os jovens tiverem aproveitamento escolar.
O Governo tenciona também introduzir no programa eleitoral "a obrigatoriedade da frequência do pré-escolar" . Uma criança deve passar pelo menos um ano no jardim de infância e depois prosseguir os estudos durante mais 12 anos, assinalou.
"O tempo não está para instabilidades. A última coisa de que o país precisa é somar à crise económica, uma crise política". Foi esta a advertência deixada por José Sócrates, ontem, no encerramento do XVI congresso do PS, em Espinho.
"O tempo não está para aventuras nem a crise se vence com demagogia", acentuou, alegando que uma nova maioria permitirá continuar a fazer reformas. A escolha é entre o PS reformista, apontou, e as "figuras do passado que tiveram a sua oportunidade e falharam", sublinhou.
Foi também no discurso de despedida que Sócrates reagiu à crítica de Manuela Ferreira Leitre, de ter preferido Espinho a Berlim, onde ontem se reuniram os líderes de quatro potências da União Europeia (UE).
À presidente do PSD, Sócrates disse que é nos congressos partidários "que começa a legitimidade democrática" e que no PS, "a democracia não conhece feriados nem faz férias". Não foi a única frase sonante, já que também foi testado um dos "slogans" para a campanha das legislativa: "Sim, podem contar com o PS".
O secretário-geral assegurou ainda que não haverá coligações nas eleições autárquicas, ao dizer que o PS se apresentará "com o seu programa e os seus candidatos".
Ciente de que o resultado das autárquicas poderá ser o menos favorável aos socialistas, Sócrates lembrou que estas eleições não se confundem com outras. O mesmo que Cavaco Silva defendeu quando governou com maioria, mas bem diferente do que fez Guterres que, face ao desaire do PS nos sufrágios locais de Dezembro de 2001, largou a chefia do Governo.
Quanto às europeias de Junho, "fomos buscar o que temos de melhor, no mundo académico e na nossa área política", referiu, sobre Vital Moreira, o cabeça de lista anunciado de véspera.
O Governo ajudou os bancos para "não desacreditar o sistema financeiro" - porque sem a Banca não há financiamento nem consumo, disse - e o líder socialista frisou o "muito mal que já provocou a desregulação" reivindicando o direito colectivo de exigir aos gestores bancários "sobriedade nos salários, nos prémios e nos bónus".
Em termos internos, a Comissão Nacional - órgão do qual Manuel Alegre já não fazia parte desde 2006 (congresso de Santarém) - ficou também sem João Cravinho que termina no próximo ano o seu mandato, em Londres, à frente do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento.