1.5.09

Viana passa a ter unidade provisória para vítimas de violência doméstica

Andrea Cruz, in Jornal Público

Face aos vários atrasos na conclusão do centro de emergência para mulheres vítimas de violência doméstica, ainda em construção em Caminha, o projecto Recomeçar - Gabinete distrital de apoio à vítima de violência doméstica, vai avançar, nos próximos dias, com uma resposta provisória para servir todo o distrito de Viana do Castelo. Trata-se de uma unidade residencial, cuja localização não pode ser divulgada por razões de segurança, que terá capacidade para acolher três a quatro mulheres, dependendo do número de filhos.

Para além do alojamento, a estrutura, disponibilizada pelo centro distrital de Segurança Social, pela Câmara de Caminha e pelo Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora, irá permitir o acompanhamento social, psicológico e jurídico, em situação de crise. Considerada uma das maiores necessidades da região, esta casa-abrigo tem como principal objectivo retirar as vítimas do ambiente de agressão, para que, em articulação com todos os serviços que dão respostas a este problema, seja possível traçar um novo projecto de vida. Desde o início do ano, o gabinete distrital já registou 27 novos casos, 25 dos quais referentes a mulheres e dois a homens, vítimas de violência doméstica.

A abertura do centro de emergência estava dependente de aspectos burocráticos, relacionados com o licenciamento, por parte das entidades competentes, depois de concluídas alterações introduzidas no projecto inicial, relativas às condições de segurança. No distrito, há apenas uma casa-abrigo para vítimas de violência doméstica, propriedade do Gabinete de Atendimento à Família (GAF) de Viana. Trata-se de um apartamento com capacidade para meia dúzia de mulheres e respectivos filhos.
O projecto Recomeçar está no terreno desde Setembro de 2006 e assegura também o acompanhamento psicológico do agressor, numa tentativa de interromper o ciclo de violência e ajudar o casal a reiniciar uma vida em comum.