Andrea Cruz, in Jornal Público
Face aos vários atrasos na conclusão do centro de emergência para mulheres vítimas de violência doméstica, ainda em construção em Caminha, o projecto Recomeçar - Gabinete distrital de apoio à vítima de violência doméstica, vai avançar, nos próximos dias, com uma resposta provisória para servir todo o distrito de Viana do Castelo. Trata-se de uma unidade residencial, cuja localização não pode ser divulgada por razões de segurança, que terá capacidade para acolher três a quatro mulheres, dependendo do número de filhos.
Para além do alojamento, a estrutura, disponibilizada pelo centro distrital de Segurança Social, pela Câmara de Caminha e pelo Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora, irá permitir o acompanhamento social, psicológico e jurídico, em situação de crise. Considerada uma das maiores necessidades da região, esta casa-abrigo tem como principal objectivo retirar as vítimas do ambiente de agressão, para que, em articulação com todos os serviços que dão respostas a este problema, seja possível traçar um novo projecto de vida. Desde o início do ano, o gabinete distrital já registou 27 novos casos, 25 dos quais referentes a mulheres e dois a homens, vítimas de violência doméstica.
A abertura do centro de emergência estava dependente de aspectos burocráticos, relacionados com o licenciamento, por parte das entidades competentes, depois de concluídas alterações introduzidas no projecto inicial, relativas às condições de segurança. No distrito, há apenas uma casa-abrigo para vítimas de violência doméstica, propriedade do Gabinete de Atendimento à Família (GAF) de Viana. Trata-se de um apartamento com capacidade para meia dúzia de mulheres e respectivos filhos.
O projecto Recomeçar está no terreno desde Setembro de 2006 e assegura também o acompanhamento psicológico do agressor, numa tentativa de interromper o ciclo de violência e ajudar o casal a reiniciar uma vida em comum.