18.5.23

57% dos desempregados no fim de 2022 continuavam sem emprego no 1.º trimestre de 2023

Agência  lusa, in CNN


No mesmo período, 24,5% dos homens desempregados e 22,1% das mulheres desempregadas encontraram emprego

Mais de metade (57,0%) dos desempregados no final de 2022 continuavam sem emprego no primeiro trimestre de 2023, tendo menos de um quarto (23,3%) encontrado trabalho e 19,8% transitado para a inatividade, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Do total de pessoas que estavam desempregadas no quarto trimestre de 2022, 57,0% (195,3 mil) permaneceram nesse estado no primeiro trimestre de 2023, 23,3% (79,7 mil) transitaram para o emprego e 19,8% (67,7 mil) transitaram para a inatividade”, apontam as “Estatísticas de Fluxos entre Estados do Mercado de Trabalho” do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados divulgados esta quarta-feira pelo instituto apontam que, do total de pessoas que estavam empregadas no quarto trimestre de 2022, 96,3% (4.723,2 mil) permaneceram nesse estado no primeiro trimestre de 2023, enquanto 1,6% (80,6 mil) transitaram para o desemprego e 2,0% (99,2 mil) passaram para a inatividade.

“Em consequência, o fluxo líquido do emprego (total de entradas menos total de saídas) foi de sinal positivo e estimado em 21,8 mil pessoas”, enquanto “o fluxo líquido do desemprego foi de sinal positivo e estimado em 37,6 mil pessoas, o que resulta do total de pessoas que transitaram para o desemprego (185,0 mil) ter sido superior ao total das que saíram desse estado (147,4 mil).”.

Considerando os fluxos com origem no desemprego por sexo, o INE estima que 24,5% (39,2 mil) dos homens desempregados e 22,1% (40,6 mil) das mulheres desempregadas no quarto trimestre de 2022 transitaram para o emprego no primeiro trimestre de 2023.

No mesmo período, 16,9% (26,9 mil) dos homens e 22,3% (40,8 mil) das mulheres no desemprego transitaram para a inatividade.

Analisando os fluxos líquidos trimestrais do desemprego desde o início da série de 2011, “pelo terceiro trimestre consecutivo, verifica-se que o fluxo líquido entre a inatividade e o desemprego é aquele que mais contribui para a variação positiva do desemprego”.

De acordo com o INE, do quarto trimestre de 2022 para o primeiro trimestre de 2023, 31,3% (62,2 mil) dos desempregados de curta duração e 15,5% (23,1 mil) das pessoas pertencentes à “força de trabalho potencial” transitaram para o emprego.

“Ao mesmo tempo, transitaram para um trabalho por conta de outrem 10,5% (72,9 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta própria e 21,0% (71,8 mil) das pessoas que se encontravam desempregadas”, refere.

Do total de trabalhadores por conta de outrem que, no quarto trimestre de 2022, tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 21,0% (151,4 mil) passaram a ter um contrato sem termo no primeiro trimestre de 2023.

Quanto às pessoas que, no quarto trimestre de 2022, tinham um emprego a tempo parcial, verifica-se que 17,1% (66,1 mil) passaram a trabalhar a tempo completo no primeiro trimestre de 2023.

Relativamente à percentagem de pessoas que permaneceram empregadas entre o final de 2022 e os primeiros três meses de 2023, mas que mudaram de emprego, aumentou 0,2 pontos percentuais em relação ao último trimestre, fixando-se nos 3,8% (177,7 mil).

Os resultados do quarto trimestre de 2022, divulgados pelo Eurostat em 17 de março de 2023 e relativos aos fluxos entre estados do mercado de trabalho da população com idade dos 15 aos 74 anos, indicam que transitaram para o emprego 25,3% das pessoas que em Portugal estavam desempregadas no terceiro trimestre de 2022, sendo este valor igual ao da União Europeia.

No mesmo período, 21,4% das pessoas desempregadas em Portugal transitaram para a inatividade, ao passo que na União Europeia este fluxo fixou-se em 24,2%.