Alexandra Campos, in Público online
“Longevity Med Summit” vai reunir cientistas e investidores de vários países, a 4 e 5 de Maio, em Cascais.
Leia aqui mais sobre este tema: Só um sexto dos idosos diz ter boa saúde. Portugal é o terceiro pior na União Europeia
O futuro passa por prevenir e tratar as doenças associadas ao envelhecimento. Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo, mas, se os portugueses ganharam anos de vida, o país continua distante daqueles que têm uma longevidade com maior número de anos livres de doença, destacam os responsáveis pela organização daquele que é apresentado como o “maior evento” sobre medicina da longevidade – o “Longevit Med Summit” –, que vai reunir em Cascais, nos próximos dias 4 e 5 de Maio, investigadores e cientistas de renome internacional e empreendedores com um total de “10 mil milhões” de euros disponíveis para investir nesta área.
Envelhecer com saúde é possível e é sobre a revolução tecnológica em curso, sobre novas terapias e diagnósticos, e sobre oportunidades de negócio nesta área que se vai falar neste encontro.
“O aumento da esperança de vida traz muitos desafios ao sistema de saúde. Se atrasarmos a progressão do envelhecimento biológico, vamos prevenir as doenças todas. O ideal é que as pessoas não fiquem doentes. E a investigação científica tem dado muitas pistas sobre como se pode aumentar a longevidade saudável”, observa Cláudia Cavadas, investigadora no Centro de Neurociências e Biologia Celular e professora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, uma das oradoras, lembrando que a longevidade de cada pessoa depende apenas em cerca de 25% dos seus factores genéticos.
“A fórmula para a longevidade já é conhecida, passa pela alimentação saudável, qualidade do sono, interacção social, cuidados de saúde adequados, prevenção e prática de exercício físico", elenca, defendendo que “é preciso capacitar os profissionais de saúde” para este novo paradigma.
Neste encontro em que são esperados “mais de mil participantes”, vão debater-se os avanços da ciência do envelhecimento e falar-se de turismo de saúde, biotecnologia, medicina de precisão, medicina regenerativa e inteligência artificial, explica Jorge Lima, o responsável pela organização, para quem também é fulcral mobilizar os médicos para que passem a utilizar as novas ferramentas.
"O futuro da medicina é tratar as doenças associadas ao envelhecimento", diz Jorge Lima, notando que actualmente é "grande a ênfase no envelhecimento saudável" e é "crescente o interesse científico nas áreas da longevidade saudável".
Convicto de que as novas soluções e tecnologias se vão tornar mais acessíveis à medida que forem ganhando escala, defende que são muitas as novas oportunidades de negócio associadas à longevidade. No encontro vão, aliás, participar investidores de países como Estados Unidos, Israel, Reino Unido e Singapura e, além de fundos de investimento, há também empresas e laboratórios interessados no desenvolvimento deste "mercado da longevidade", afirma.
Entre os oradores, destacam-se Shai Efrati, professor da Sagol School of Neuroscience da Tel Aviv University (Israel), “um dos principais cientistas de pesquisa em medicina hiperbárica do mundo”, Charles Brenner, presidente da Alfred E Mann Family Foundation (Departamento de Diabetes e Metabolismo do Cancro) no City of Hope National Medical Center (Estados Unidos), responsável por diversas pesquisas sobre a correlação do metabolismo, a diabetes e o aparecimento de doenças oncológicas, Andrea B. Maier, professora de Medicina na Universidade Nacional de Singapura e investigadora na área da gerontologia e prevenção de doenças relacionadas com a idade, e Aubrey de Grey , investigador inglês e autor do livro intitulado Ending Aging.