in Jornal Público
O ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan defendeu ontem uma "revolução verde" que garanta a sustentabilidade agrícola dos países africanos e proteja, também, o meio ambiente. Num evento paralelo à Cimeira UE-África, Annan, que é o chairman da Aliança para uma Revolução Verde em África (AGRA, na sigla em inglês), falou pouco mas realçou que "75 por cento da população africana é rural". Por isso, é necessário, "a curto prazo", assegurar que "as políticas certas são aplicadas", para garantir a sobrevivência dos agricultores.
O presidente executivo da AGRA, Namanga Ngongi, considerou que "há um novo impulso político para apoiar a agricultura". Também o director-geral da FAO, Jacques Diouf, realçou que "os doadores importantes reconhecem hoje que o desenvolvimento agrícola é crucial para atingir os Objectivos do Milénio". Para o exemplificar, recordou que, durante 25 anos, o BAD não elaborou nenhum relatório dedicado à agricultura e agora decidiu dedicar 25 por cento dos seus recursos ao sector.
O Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, sublinhou, por seu lado, que "a principal preocupação" do seu país diz respeito à gestão da água, sendo necessário investir em métodos de irrigação e de armazenamento.
O Presidente do Malawi, Bingu wa Mutharika, congratulou-se com o programa agrícola nacional e explicou a receita do "sucesso": "Quando as pessoas perceberam que este lhes pertencia, fizeram tudo para que funcionasse". "Não devemos ter pena de nós próprios e passar a vida a queixarmo-nos de ser pobres", frisou.