in Diário Digital
A África não é pobre, apenas precisa de boa governação para que a riqueza do continente seja aproveitada pelas suas populações, afirmou Oumar Konaré em conferência de imprensa no final da Cimeira UE/África.
«No caso da África, a pobreza não é uma fatalidade e pode ser corrigida», defendeu o presidente da Comissão da União Africana, acrescentando que a distribuição das riquezas de forma justa pode e deve ser feita através de uma boa governação.
«Os problemas de governação têm de ser resolvidos», afirmou o responsável africano, e assegurou que foi também neste sentido que os líderes dos dois continentes dialogaram durante esta cimeira.
Referiu também que a necessidade de «acabar com o pacto colonial» é de consciência comum e que é do interesse de todos que a África seja remunerada de forma justa pelas riquezas que fornece ao mundo.
Omar Konaré disse ainda estar muito satisfeito por haver «muitas vozes» de representação civil - empreendedores, jovens e associações -, envolvidas na parceria ente os dois continentes e prontas para colaborar no sentido de que a cooperação entre Europa e África evolua de forma positiva para todas as partes.
«A riqueza da África tem de ser trabalhada em África» defendeu o presidente da comissão, acrescentando que é necessário criar «estruturas» para que os países do continente africano possam trabalhar em conjunto.
«Há pontos de desacordo, mas não há rupturas», garantiu o presidente da Coissão da União Africana quando se referiu aos acordos comerciais intercalares em resposta a questões colocadas por jornalistas.
«Não ponho em causa que os acordos que ainda não foram assinados não atrasem os restantes, nem quero comentar a forma como outros países o fizeram [assinar os acordos], mas se não houver unidade entre os países da África, não há avanços», disse.
Ao lembrar que a Europa «abriu a porta» em 100% ao comércio africano, Konaré sublinhou que para que o continente possa responder a esta oferta, tem de dispôr de condições de produção e é neste sentido que é necessário que os países africanos trabalhem em conjunto.
«Acima de tudo, é necessário responder às necessidades das populações do continente africano», concluiu o responsável.
Diário Digital / Lusa