in Diário Digital
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS), Lino Maia, criticou hoje, no Porto, a política «concentracionista» do Governo, referindo-se aos encerramentos nas áreas da saúde e da educação.
«Fecha tudo no mesmo sítio, escolas, urgências e maternidades. Muitos encerramentos eram inevitáveis, mas era preciso que houvesse uma política de ordenamento e de novas centralidades que não se verifica», considerou Lino Maia.
O presidente da CNIS falava aos jornalistas no final de uma reunião com os deputados socialistas eleitos pelo círculo do Porto.
Os deputados recebem, hoje e terça-feira, em audiência representantes de dezenas de instituições sociais, organizações não governamentais e associações empresariais para conhecer «a evolução social do distrito e as respectivas consequências na qualidade de vida dos cidadãos».
«O 'concentracionismo', o envelhecimento da população no 'coração' da cidade e os números alarmantes do desemprego em todo o distrito«, foram as principais preocupações transmitidas por Lino Maia aos deputados.
Para o presidente da CNIS, os deputados socialistas »não podem ser só o sustentáculo do Governo«, a sua intervenção, no sentido de alertar para os problemas da população, é »muito importante«.
Em declarações aos jornalistas, Alberto Martins, presidente do Grupo Parlamentar do PS, explicou que o objectivo destes encontros é »ouvir instituições e associações não governamentais ligadas à Segurança Social e à solidariedade«.
«Queremos ouvir as pessoas, conhecer os seus projectos e perspectivas», disse Alberto Martins, considerando que esta «é também uma forma de cumprir a função de deputados».
As audiências servirão também para analisar «o conjunto de medidas e programas que o Governo criou para apoiar idosos, crianças, doentes e desempregados».
«Queremos conhecer as necessidades e perceber até que ponto os programas existentes respondem às necessidades«, acrescentou.
A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social, a Fundação Filos e a Federação Nacional de Cooperativas de Habitação (Fenache) foram ouvidas durante a manhã de hoje.
Ao longo dos dois dias, no Auditório do Governo Civil do Porto, serão ainda recebidas, entre outras, a Fundação AMI, Casa do Caminho, União das IPSS do distrito do Porto, Norte Vida, Rede Europeia Anti-Pobreza, União dos Sindicatos do Porto, Centro Juvenil de Campanha e Coração da Cidade.
Da extensa lista, fazem também parte autarquias, a Associação Empresarial de Portugal e a EPIS - Empresários pela Inclusão Social.
No final, será elaborado um relatório para entregar ao Governo.
O distrito do Porto lidera o número de desempregados, representando 24 por cento do desemprego total do País.
Em Dezembro de 2007, o Rendimento Social de Inserção no distrito do Porto abrangia 102.144 beneficiários.
Diário Digital / Lusa