30.1.08

Partidos escolhem políticas sociais para a primeira sessão de perguntas a Sócrates na Assembleia da República

Leonete Botelho e Sofia Rodrigues, in Jornal Público

A remodelação também deverá estar presente na estreia do novo modelo de debate parlamentar


O primeiro-ministro, José Sócrates, vai hoje ao Parlamento inaugurar uma sessão de perguntas dos deputados - a primeira deste formato criada pela reforma da Assembleia da República (AR). Mas, mais uma vez, é Sócrates quem vai acabar por marcar a agenda do debate, dada a remodelação governamental de ontem, que vai naturalmente condicionar as intervenções dos partidos com assento parlamentar.

O debate quinzenal será aberto pelo PS, que fará a primeira pergunta sobre política social, de acordo com o regulamento da AR que prevê a intervenção dos grupos parlamentares por ordem decrescente de representatividade, embora em regime de rotatividade (todos os partidos terão oportunidade de ser os primeiros a intervir). Os sociais-democratas planearam insistir na economia, justiça e saúde, sendo certo que os temas tiveram de ser comunicados antes de conhecida a remodelação do Governo.
A economia e as finanças, bem como as políticas sociais, foram os temas escolhidos pelo CDS-PP para questionar o primeiro-ministro.

O Bloco de Esquerda indicou que as suas perguntas incidirão sobre políticas sociais, as relações internacionais e a economia, enquanto o PCP apostou na saúde e nos direitos dos trabalhadores.

Segundo fonte do gabinete do primeiro-ministro, o Governo espera que os partidos apresentem propostas para os assuntos que indicam, à semelhança do que acontece quando José Sócrates vai ao Parlamento.

Cada pergunta dos deputados será seguida de imediato da resposta do primeiro-ministro, sendo de esperar um autêntico "pingue-pongue" entre os líderes partidários e o chefe de Governo, tal como já vem acontecendo no outro formato, quando é o primeiro-ministro a abrir as "hostilidades".

Este formato de uma sessão de perguntas nasceu durante um debate mensal na anterior sessão legislativa, quando Sócrates aceitou o desafio de Paulo Portas para comparecer quinzenalmente perante os deputados.