in Jornal de Notícias
No ano passado, nasceram em Portugal 102.140 bebés, quase menos três mil do que em 2006. Um decréscimo idêntico também já se tinha verificado em relação a 2005.
Em cada ano que passa nascem em Portugal menos cerca de três mil crianças, o que agrava a já muito baixa taxa de natalidade, que se revela incapaz de repor gerações. Só com 2,1 filhos por mulher seria possível começar a aumentar a população, ainda que de forma pouco significativa.
Segundo o presidente da Comissão Nacional de Diagnóstico Precoce, Rui Vaz Osório, em 2007 nasceram 102.140 crianças. Este número aproxima-se da média de 1,36 filhos por mulher em idade fértil. Só uma mortalidade infantil das mais baixas do mundo não agrava a situação.
Nasce-se três vezes menos em Portugal do que em 1935. Isto significa que a taxa de natalidade passou de 28%, há cerca de 70 anos, para 10%.
O adiamento da maternidade para uma fase mais tardia da vida é um dos factores que está a influenciar o número de nascimentos. Estes ocorrem agora na sua maioria quando as mulheres têm entre 30 e 34 anos. Há cerca de uma década, as portuguesas tinham mais filhos antes de completarem as três décadas de vida.
Como consequência deste fenómeno, apenas uma faixa de 1,6 milhões de portugueses têm idade inferior a 14 anos.
Para fazer face à situação, o Governo aprovou, a meio do ano passado, uma série de medidas para estimular os portugueses a terem mais filhos. Entre as medidas contava-se um novo subsídio de maternidade e a duplicação dos abonos para famílias com mais de um filho. As primeiras indicações dos efeitos das medidas não são, assim, os melhores.