Um terço dos trabalhadores é precário

in Jornal de Notícias

Jovens até aos 34 anos são os mais prejudicados

Quase um terço dos trabalhadores portugueses encontra-se em situação precária, sendo os jovens até aos 34 anos os mais atingidos. A denúncia foi feita, ontem, pela União de Sindicatos do Porto (USP), durante a apresentação da iniciativa "Estafeta contra a Precariedade", no Porto.

De acordo com os dados divulgado em conferência de imprensa, 1,7 dos 5,2 milhões de trabalhadores portugueses têm vínculos precários, dos quais 674 mil com contrato a termo, 190 mil com recibos verdes e 56 mil desempregados. Ainda segundo a USP, 35% dos jovens até aos 34 anos estão "particularmente expostos aos trabalhos precários". "Muitos deles ocupam empregos com baixas qualificações, baixos salários e horários de trabalho desregulados, apesar dos níveis médios de habilitações literárias relativamente altos, facto que torna esta situação ainda mais injusta e incompreensível na perspectiva do desenvolvimento do país", sustentou Dário Carvalho, membro da direcção da USP e da CGTP-IN Interjovem.

Uma situação que será agravada pelo Livro Branco das Relações Laborais, em preparação, que de acordo com a leitura da USP irá agravar as normas já previstas no Código do Trabalho.

Admitindo que alguns dos empregos precários "resultam da natureza temporária da actividade exercida", para Dário Carvalho é "corrente a utilização de contratos precários para postos de trabalho permanente". "Perante estas realidades e ilegalidades o que faz o Governo?", questiona, lamentando que, "em vez de garantir a actuação dos serviços da inspecção do trabalho, faça exactamente o contrário" e ainda "pratique estas ilegalidades nos serviços da Administração Pública".

A iniciativa "Estafeta contra a Precariedade" decorre, no distrito do Porto, até dia 29.