in Jornal de Notícias
Portugal e Espanha foram os principais responsáveis pelo recuo na produção da construção civil, na União Europeia (UE), em Novembro. De acordo com o Eurostat, os países da Península Ibérica registaram um retrocesso de 2,8%, no caso português, e de 3,9%, no espanhol.
Uma desaceleração significativa, tanto mais que Portugal foi o país onde se verificou o maior crescimento em Outubro subiu 5,1%, bem acima dos 0,6% registados na Zona Euro e dos 0,3% na UE. Em relação a Novembro de 2006, Portugal (- 2,8%), Espanha (-6,2%) e a Alemanha (- 6,3) foram os estados com piores prestações.
Reis Campos, presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (Fepicop), realçou que, apesar da quebra, o abrandamento é bastante inferior ao verificado em 2006. "Os 2,8% apurados pelo Eurostat indicam que Portugal terá, em 2007, uma quebra menor do que a que registou em 2006, de 5,7%", disse, em declarações ao JN. O presidente da Fepicop atribui, de resto, o retrocesso ocorrido em Novembro "à actual crise financeira, à valorização do euro e à subida das taxas de juro".
Ainda segundo dados do gabinete estatístico da UE, no penúltimo mês de 2007 a produção na construção desceu 0,8%, na Zona Euro, e 0,2%, na UE, em relação a Outubro. O sector também regrediu 0,8% no Eurogrupo, face ao ano anterior, mas subiu exactamente na mesma proporção entre os Vinte e Sete. Polónia (2,3%), Roménia (1,8%) e Suécia (1,6%) foram os países onde a produção mais cresceu. Aliás, foram os únicos onde a construção civil revelou crescimento.
A produção registou também quebras na Alemanha (-0,7%), na França (-0,4%), nos Países Baixos e na Eslováquia (-0,1%). Em relação ao ano anterior, a construção civil cresceu na Roménia, na Polónia e na Eslovénia e desceu na Alemanha, na Eslováquia e na Espanha.
Apesar do cenário, Reis Campos mantém a confiança na possibilidade de, ao longo de 2008, se "inflectir a trajectória do sector da construção", graças aos grandes projectos e à aplicação das verbas do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).
Os últimos dados apurados pela Fepicoc apontam, mesmo, para uma diminuição do número de desempregados no sector da construção, inscritos no Instituto de Emprego e de Formação Profissional, de 15,3%, o equivalente a 8500 trabalhadores.