16.1.09

AMI envia missão médica e humanitária para o Zimbabué

in Jornal Digital

A Assistência Médica Internacional (AMI) vai enviar nos próximos dias, uma Missão de Ajuda Médica e Humanitária para o Zimbabué, avançou em comunicado, a organização humanitária.

Segundo o comunicado divulgado na página online da instituição, os objectivos desta missão de 3 meses são o combate à cólera, à malnutrição e às complicações por VIH/SIDA.

Recorde-se que o Zimbabué tem vindo a ser assolado por uma epidemia de cólera que, segundo a Organização Mundial de Saúde, já vitimou mais de 2 mil pessoas e infectou mais de 40 mil.

Para preparar no terreno a implementação desta intervenção, partiu na terça-feira para a capital do Zimbabué, o Presidente da AMI, Fernando Nobre, aguardando a equipa da organização humanitária, as autorizações do Ministério da Saúde do Zimbabué.

Composta por dois enfermeiros e um médico, a Missão da AMI vai estabelecer-se na Região de Gokwe (300 km a oeste de Harare), uma das regiões mais isoladas e carenciadas do Zimbabué.

Esta Missão foi desenhada em parceria com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) depois da missão exploratória levada a cabo por uma equipa da AMI em Dezembro de 2008 ter identificado as principais necessidades e problemas da população.

Segundo anunciado em Dezembro de 2008 pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF), o Zimbabué consta da lista das 10 crises humanitárias mais graves e mais negligenciadas pelos meios de comunicação.

«Mesmo com o país em crise há anos, a situação atingiu os níveis mais alarmantes já vistos, com inflação de 231 milhões por cento, falta de artigos essenciais, repressão de oposicionistas e ainda restrições a organizações humanitárias, culminando com a contestação das eleições em Junho. De acordo com as Nações Unidas, a expectativa de vida no Zimbabué caiu para apenas 34 anos de idade, como resultado de uma pandemia de VIH/SIDA. O pior surto de cólera em anos começou em Agosto e espalhou-se rapidamente, como resultado da infra-estrutura em ruínas do país. O surto, que tem se centralizado em Harare, foi declarado uma emergência nacional no começo de Dezembro.», diz o relatório da MSF.

Além de lutar contra a pobreza, a exclusão social, o subdesenvolvimento, a fome e as sequelas da guerra, em qualquer parte do Mundo, a AMI tem neste momento, em Portugal, onze centros Porta Amiga, distribuídos pelo país, dois abrigos nocturnos, Equipa de Rua, que acompanha os utentes diariamente, Apoio domiciliário aos idosos e um Departamento alargado na área da Acção Social direccionado sobretudo para os problemas de carência do nosso país.