Pedro Duarte, in Económico
O Banco Central Europeu (BCE) reduziu o preço do dinheiro na zona euro em 50 pontos base para os 2%, tal como esperado pelos analistas. Os juros estão no valor mais baixo de sempre.
Deste modo, a taxa mínima paga pelos bancos que pedem empréstimos ao BCE passa para os 2,0%, o valor mais baixo desde que a instituição foi criada em 1999. Jean-Claude Trichet presta declarações hoje às 15h30.
A descida surge depois de no passado dia 4 de Dezembro o BCE ter reduzido as suas taxas de juro em 75 pontos base, o maior corte de sempre da autoridade monetária europeia.
Com este corte, o BCE reduziu a sua taxa directora em 250 pontos base em apenas três meses, de 4,5 para 2,0%.
Os juros na zona euro estão, no entanto, longe das taxas praticadas pela Reserva Federal norte-americana, que se encontram no intervalo entre 0 e 0,25%.
"Não há outra opção senão baixar os juros", disse Jacques Cailloux, do Royal Bank of Scotland, à Bloomberg antes de ser comunicada a decisão do BCE. Este perito sublinhou que, recentemente, "deixámos de prestar atenção às declarações dos responsáveis do BCE para dar mais atenção à evolução da economia europeia".
O aviso da OCDE
Ontem, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) admitiu que os juros pudessem descer até aos 2%, mas sublinhou que o BCE tem de estar preparado para a possibilidade de voltar a aumentar os juros, no caso da inflação voltar a subir.
Hoje, o Eurostat anunciou que a taxa de inflação na zona euro baixou para 1,6% em Dezembro, contra 2,1% em Novembro, confirmando a primeira estimativa publicada a 6 de Janeiro.
A semana foi ainda marcada pelo relatório da agência Standard & Poor's que colocou a dívida pública espanhola e portuguesa em "vigilância negativa" e cortou o ‘rating' da dívida grega.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro irlandês alertou que o país poderá necessitar de auxílio financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI).