7.1.15

Personalidades em campanha contra xenofobia e islamofobia

in Notícias ao Minuto

Cerca de 80 personalidades da Alemanha juntaram-se hoje a uma campanha contra o movimento xenófobo Pegida, um dia depois de a 11.ª manifestação do grupo ter atingido um número recorde de 18.000 participantes.

A campanha foi lançada pelo tabloide Bild, que publica hoje duas páginas com testemunhos pela tolerância e contra a xenofobia de dezenas de personalidades, entre as quais os ex-chanceleres Gerhard Schröder (1998-2005) e Helmut Schmidt (1974-1982).

O Pegida, sigla em alemão de "Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente", é um movimento de Dresden (leste da Alemanha) que desde o final de outubro organiza manifestações semanais contra a imigração.

Na última, realizada na segunda-feira, o movimento registou um recorde de 18.000 participantes, apesar de vários outros milhares de alemães terem participado em contramanifestações em Berlim, Colónia ou Hamburgo.

"Há 14 anos houve um 'levantamento das pessoas decentes'", escreveu Schröder, referindo-se a uma grande manifestação contra a xenofobia que se realizou em Berlim em 2000 depois de uma série de ataques antissemitas. "Precisamos disso hoje", acrescentou.

Helmut Schmidt afirmou na sua mensagem que um movimento como o Pegida "apela ao ódio e à intolerância" e frisou que "isso não é a Alemanha".

À campanha "Não ao Pegida" juntaram-se vários membros do atual Governo, como o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, que escreveu que "a Alemanha precisa de imigrantes e deve ter coração para acolher os refugiados em situação de necessidade".

Do Governo participam também na campanha a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, e os ministros social-democratas da Economia, Sigmar Gabriel, Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, e da Família, Manuela Schwesig.

Representantes da oposição, atores, atletas como o futebolista Oliver Bierhoff e os líderes das organizações patronais e sindicais integram igualmente a campanha, que pede "um país aberto e tolerante".