7.1.15

Teleperformance. Trabalho de equipa com instituições de solidariedade social motiva colaboradores

Por Isabel Tavares, in iOnline

A ideia é procurar acções que potenciem as actividades de grupo fora da empresa. Desta vez, bateu todos os recordes e 120 colaboradores inscreveram- -se para ajudar o Banco Alimentar. Mas foi muito mais do que isso

O trabalho, assim à séria, começou a ser desenvolvido há oito anos, quando a Teleperformance Portugal decidiu que a responsabilidade social tinha de ter um papel tão importante na empresa como outros segmentos do negócio. Hoje, não há um departamento com este nome, nem uma pessoa com dedicação exclusiva a este serviço, mas a companhia ajuda entre oito e dez instituições de solidariedade social por ano e gere uma das equipas mais motivadas da multinacional em todo o mundo.

"O objectivo é, mais do que pedir aos trabalhadores um contributo monetário, levá-los a envolverem-se pessoalmente e a actuarem em grupo", explica o administrador-delegado da Teleperformance, João Cardoso. "Essencialmente, temos uma preocupação, que é dar uma componente de responsabilidade social a todas as actividades que desenvolvemos na empresa."

Para isso, a Teleperformance tem um orçamento de 42 mil euros para 2015. Em 2014 foram 38 mil euros. Fátima Lanternas é quem tem a responsabilidade social sob sua alçada, embora seja de facto responsável pela área administrativa. Ou seja, apesar de ter muito mais do que fazer, dedica a esta actividade boa parte do tempo da empresa, mas também boa parte do seu tempo pessoal. E não se arrepende.

Num instante criou dentro da companhia uma rede de pessoas que estão especialmente motivadas para a ajudar e disponíveis não só para participar nas actividades, mas também para organizar e mobilizar gente para as mesmas. A última bateu todos os recordes: mais de 120 colaboradores voluntariaram-se para ajudar na recepção de bens alimentares, no armazém do Banco Alimentar, em Alcântara. Um êxito.

Pode parecer fácil, mas a Teleperformance Portugal tem perto de 5 mil trabalhadores espalhados por seis edifícios, quatro em Lisboa, um em Setúbal e outro na Covilhã. Fátima Lanternas conta que desta vez os colegas da Covilhã ficaram de fora. Ainda assim, foi necessário preparar tudo com antecedência e três semanas antes o evento já estava a ser anunciado aos colaboradores para que aqueles que quisessem participar e inscrever-se pudessem, com tempo, programar as suas vidas.

"O departamento administrativo elaborou flyers que foram distribuídos em todas as recepções dos edifícios da Teleperformance. A acção foi também divulgada pelo marketing, até no Facebook da empresa e nas newsflash de segunda-feira, bem como nos wallboards juntos aos horários", diz Fátima Lanternas.

Agora, a expectativa volta-se para a acção que está a ser programada para Março ou Abril. "Estamos a planear fazer uma plantação de árvores. Já contactámos uma série de instituições, estamos a aguardar valores e também que nos indiquem qual a melhor zona para o fazer", adianta Fátima Lanternas. Por agora ainda está tudo numa fase embrionária, mas é certo que a actividade decorrerá numa zona pública e será alargada aos colaboradores da Covilhã.

olhar o mundo. A responsabilidade social na Teleperformance pode dividir-se em três áreas principais. A primeira é a que envolve mais directamente os colaboradores da empresa, seja na recolha de fundos, roupas, bens alimentares ou outros. A segunda são as actividades corporativas, aquelas que comprometem a sociedade, como por exemplo, ofertas de material informático a instituições de solidariedade social. Por fim, a terceira insere-se naquilo que é o grupo enquanto multinacional, numa estratégia c itizen of the world , orientada para actividades de âmbito mais global, como o caso do Ébola, em que a empresa financia um programa de protecção em dez vilas da Libéria.

Ao longo do ano são várias as acções desencadeadas pela empresa e muitas as instituições de solidariedade social que beneficiam da sua ajuda. Banco Alimentar, Entreajuda, Refood, Fundação Gil são apenas algumas delas.

O contacto entre a Teleperformance e as organizações é estabelecido nos dois sentidos. Todos os anos Fátima Lanternas procura novas associações e tenta perceber quais as que se identificam com o projecto da empresa. Depois, faz uma selecção e desenvolve um calendário de actividades com as instituições escolhidas.

Da mesma forma, a empresa é procurada por uma série de associações, "e tentamos ver de que forma as podemos apoiar e o enquadramento que lhes podemos dar. Existe também um grupo de associações que, pelo trabalho que temos vindo a desenvolver, privilegiamos", diz Fátima Lanternas. Sem esquecer um pormenor maior: "Tentamos sempre englobar as instituições sugeridas pelos nossos colaboradores, porque as conhecem, porque fazem lá voluntariado, no nosso plano de actividades, até para os motivar."

Os de dentro não são esquecidos. Em tempos a família de um trabalhador perdeu tudo num incêndio. A empresa convidou todos os empregados a colaborar com uma ajuda monetária. Com um compromisso: no fim daria o dobro do valor reunido.

Mas a responsabilidade social não pára por aqui. Numa vertente ambiental, a Teleperformance adoptou o programa citizen of the planet no âmbito do qual faz a contagem de carbono que emite e sabe qual a sua pegada ecológica. No ano passado, no edifício que possui no Parque das Nações, em Lisboa, instalou painéis solares e reduziu o seu consumo eléctrico de tal forma que hoje já produz para a rede nacional.