8.6.16

Misericórdias reclamam políticas integradas para cuidar de "um país de velhos"

Joaquim Ferreira, in "Rádio Renascença"

Os desafios e as fragilidades do envelhecimento vão estar em debate no Congresso das Misericórdias, que começa esta quinta-feira no Fundão e termina no sábado.

Por causa do aumento da esperança de vida e da baixa taxa de natalidade, Portugal está, na opinião do presidente da União das Misericórdias a ficar "um país de velhos". Uma realidade que na opinião de Manuel Lemos tem de ser enfrentada de forma articulada. Não pode ser "cada ministério a tratar da sua parte".

O jornalista Joaquim Ferreira conversou com Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias
Manuel Lemos aponta um exemplo de sucesso. "O salto que representou a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados na abordagem de alguns dos problemas dos idosos é uma prova que, quando os ministérios se conseguem articular entre si e depois com o setor social, há saltos qualitativos".

A solução para o envelhecimento não passa por "transformar o país num lar de idosos". Manuel Lemos defende que "a base do sistema tem de ser o apoio domiciliário, a casa das pessoas. Toda a gente gostaria de terminar os seus dias em casa. Porque não o fazem? Porque o apoio domiciliário não se adequa às realidades das pessoas".

O presidente da União das Misericórdias diz que tem tido um diálogo frutuoso com o atual Governo. Sobre a transferência dos hospitais para as misericórdias, revela que esse processo está agora numa fase de avaliação. E mostra-se convencido que todos vão concluir que o resultado é muito positivo sobretudo para quem vive longe de Lisboa e do Porto.