2.7.18

Centros de acolhimento de migrantes menores estão a rebentar pelas costuras

Maria Augusta Casaca, in TSF

O Centro Manuel Falla é um dos cinco centros da província de Cádiz que acolhe menores. Crianças que arriscam atravessar o Mediterrâneo sozinhas.

Maria é uma das educadoras deste centro que fica em Jerez de La Frontera. Conta que este ano mesmo, no inverno, quando não houve temporais, chegaram barcos que fizeram a viagem com menores desacompanhados.
O pessoal não tem mãos a medir. Só há 18 camas para deitar quase o dobro dos jovens. A alternativa passa por dormirem no chão, em colchões.

Todos os centros de acolhimento estão a rebentar pelas costuras e os funcionários têm feito manifestações na rua, a alertar para as condições em que estão a trabalhar.

Os jovens vêm para a Europa com a ilusão de que podem trabalhar. Querem ajudar a família, no entanto, de acordo com a lei, não o podem fazer por serem menores.
Alguns não trazem qualquer escolaridade. Ali no centro, tentam ensinar-lhes a língua Espanhola e dar-lhes alguns cuidados médicos.

Maria esclarece que chegam todo o tipo de miúdos: crianças que no seu país já viviam na rua, mas também outras pelas quais as famílias se endividam, para lhes proporcionar um futuro melhor.

Os menores acreditam que a Europa é o El Dorado. "Quando lhes perguntamos porque vens? Respondem «para ajudar a minha família e ter um futuro melhor». Creem que vão ganhar muito dinheiro para poder enviar para casa". Uma realidade que por vezes é bem diferente e mais dura.

Os menores provenientes de África ficam nestes centros de acolhimento até aos 18 anos.