20.7.18

Existem 26 mil “escravos modernos” em Portugal

in o Observador

Existem 26 mil "escravos modernos" em Portugal. Angola, Brasil e Moçambique são os países lusófonos com mais habitantes nestas condições, totalizando 720 mil.

Existem 26 mil “escravos modernos” em Portugal, segundo um relatório da fundação australiana Walk Free apresentado esta quinta-feira nas Nações Unidas. Angola, Brasil e Moçambique são os países lusófonos com mais habitantes nestas condições, totalizando 720 mil.

O relatório, denominado “Índice de Escravatura Global 2018” e que analisou 167 países, estima que o Brasil tenha 369 mil “escravos modernos”, seguindo-se Angola com 199 mil e Moçambique com 152 mil. No ‘ranking’ dos países lusófonos seguem-se Portugal, com 26 mil, Guiné-Bissau, com 13 mil, Timor-Leste, com 10 mil, Guiné Equatorial, com 7 mil e Cabo Verde, com 2 mil “escravos modernos”. São Tomé e Príncipe não foi reportado.

O relatório revela ainda que, embora tenha o maior número de “escravos modernos”, o Brasil é o país lusófono que apresenta menor percentagem de habitantes nesta situação, com 0,18%. Timor-Leste, com 0,77%, é o país lusófono que apresenta mais “escravos modernos” por habitante, ocupando o 31.º lugar do ‘ranking’ presente no relatório.

O ‘ranking’, que ordena os países por ordem decrescente da taxa de “escravos”, coloca a Guiné-Bissau, com 0,72%, na 36.ª posição, à frente de Angola que, com 0,75%, se encontra no 39.º lugar. A Guiné Equatorial, com 0,64%, é a 50.ª da tabela, seguindo-se Cabo Verde em 86.º, com 0,41%. Brasil, com os já mencionados 0,18%, e Portugal, com 0,25%, são os países de língua portuguesa melhor classificados, ocupando, respetivamente, as posições 142 e 120.

No contexto do relatório, a “escravatura moderna” abrange um conjunto de conceitos jurídicos específicos, incluindo trabalho forçado, servidão por dívida, casamento forçado, tráfico de seres humanos, escravidão e práticas semelhantes à escravidão.

No número absoluto de pessoas consideradas como integrantes da “escravatura moderna”, a Índia (7,99 milhões de indivíduos estimados), China (3,86 milhões), Paquistão (3,19 milhões), Coreia do Norte (2,64 milhões), Nigéria (1,39 milhões), Irão (1,29 milhões), Indonésia (1,22 milhões) e República Democrática do Congo (1,05 milhões) são os oito países acima do milhão de “escravos”, embora tal resulte do facto de serem dos países mais populosos do mundo.

Por outro lado, Mauritânia, Luxemburgo, Suriname e Barbados são os quatro países com um número de casos estimados igual ou inferior a mil.