Nuno Ribeiro, Madrid, in Jornal Público
Tirar a Europa do "ponto morto", relaçando o Tratado Constitucional, foi ontem defendido, em Madrid, pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Na capital espanhola, Barroso recebeu do rei Juan Carlos e do presidente do Governo, Rodriguez Zapatero, o prémio Nova Economia Fórum 2007, atribuído à Comissão Europeia pelo seu papel em favor da construção da Europa.
"Devemos transformar o ponto morto institucional da Europa em oportunidade de dar renovadas forças a um projecto maduro", assinalou Barroso. "A renegociação do Tratado Constitucional não deve reabrir demasiadas questões", avisou, considerando o texto como "ponto de partida". "Dotarmo-nos de instituições mais funcionais, eficazes e democráticas não é um capricho de tecnocrata, mas uma necessidade real, mais urgente que nunca, para que os 27 juntem forças e façam frente aos desafios do século XXI", considerou.
Barroso não escondeu dificuldades para a renegociação do tratado. "A Europa é aquilo a que chamam o primeiro império não imperial, mas não há a imposição da vontade a partir do centro, o que prefiro, a um império controlado através de um directório ou de qualquer grupo de países", referiu.
Durão Barroso elogiou a chanceler Angela Merkel e, quanto à presidência germânica, afirmou: "Vamos ver o que sai da presidência alemã, espero que seja um mandato ambicioso e realista". Depois, caberá à presidência portuguesa organizar "uma conferência intergovernamental" no segundo semestre. "A Portugal caberá boa parte de responsabilidades", concluiu.