15.4.07

Linha de emergência social

in Jornal Público

Violência doméstica é problemática mais expressa por quem liga para o 144 a sinalizar uma situação de crise ou de emergência social


Como funciona ?
A linha 144 é gratuita. Um operador faz uma primeira triagem. Havendo uma questão social, o funcionário (da PT) transfere a chamada para a equipa central (da Segurança Social). Ali, existem técnicos preparados para prestar o primeiro apoio.
De acordo com a localização geográfica, encaminham para o Centro Distrital da Segurança Social.

Há muitas chamadas falsas?
Imensas. Em 2006, contabilizaram-se 215.482 chamadas, apenas 27.208 correspondem a situações de crise ou de emergência. Há as pessoas que telefonam a insultar, as que o fazem para atingir algum grau de excitação sexual. "Nas férias e nos intervalos escolares é pior", diz o coordenador nacional, José Amaro. As crianças divertem-se a ligar para os números grátis.

Qual a maior problemática?
No início, os sem-abrigo garantiam a maior incidência de chamadas reais que caíam no 144. Agora, tal lugar é ocupado pela violência intrafamiliar. "O ano passado, 39,6 por cento das chamadas diziam respeito a violência doméstica", especifica José Amaro. Violência física (1402 pessoas, 687 processos), psíquica (1288 pessoas, 628 processos) e sexual (52 pessoas, 30 processos).
Há quem ligue só para se aconselhar, mas também quem tenha fugido de casa com os documentos e a roupa do corpo e precise de alojamento de emergência.

As crianças também podem ligar?
Os menores podem ligar ou alguém em seu nome. O ano passado, o 144 abriu 67 processos de crianças ou jovens por abandono, 46 por fuga, 145 por maus tratos, 14 por abuso sexual, 25 por negligência, 44 por outros motivos. Os maus tratos e o abandono já eram no ano anterior as problemáticas com maior expressão. A grande diferença que sobressai na análise comparativa encontra-se no número de pedidos de auxílio de jovens em fuga: dois em 2005, 46 em 2006. Este ano ainda não houve nenhum caso.