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O secretário-geral do PCP afirmou hoje que o Roteiro para a Inclusão lançado pelo Presidente da República para combater a pobreza e a exclusão social «é uma iniciativa bem intencionada, mas que não resolve nada»
«Enquanto houver uma injusta repartição do rendimento nacional, com baixos salários e baixas pensões, podemos fazer mil roteiros que a pobreza irá aumentar», afirmou Jerónimo de Sousa, no final de uma reunião nacional do PCP sobre as comissões de trabalhadores.
Cavaco Silva organizou hoje, em Santarém, a conferência Compromisso Cívico para a Inclusão para fazer um primeiro balanço do Roteiro para a Inclusão, uma iniciativa que lançou há um ano e que o levou a 20 concelhos do país.
Na Quinta da Atalaia, no Seixal, Jerónimo de Sousa questionou, primeiro perante os participantes na reunião e no final, em declarações aos jornalistas, a utilidade «destas campanhas e roteiros em que se envolvem ministros, presidente e até capitalistas».
«Um terço dos pobres em Portugal são pensionistas com baixas pensões de reforma», indicou.
No encontro destinado a debater o papel das comissões de trabalhadores na defesa dos direitos laborais, o líder do PCP criticou também «a ofensiva» do governo do PS e apontou o aumento da precariedade no trabalho, em particular entre os jovens, com contratos a prazo, recibos verdes e «muitos trabalhadores sujeitos aos despedimentos sem justa causa».
Uma situação que, segundo Jerónimo de Sousa, tende a agravar-se numa altura em que se discute o conceito de flexisegurança na Europa (com o objectivo de flexibilizar as relações de trabalho) o que «vai aumentar a submissão do trabalhador e a sua exploração».
O secretário-geral do PCP criticou também a «ofensiva contra o direito à saúde» e anunciou a entrega terça-feira (na residência oficial do primeiro-ministro) de um abaixo-assinado com 100 mil assinaturas em defesa do Serviço Nacional de Saúde.
O PCP promoveu a recolha de assinaturas para este documento sob o lema «a saúde é um direito não é um negócio».
Lusa/SOL