14.4.07

Defendida uma política de imigração comum

in Jornal de Notícias

Energia e clima, imigração e segurança, desenvolvimento e coesão. Foram estes os três grandes temas que delimitaram a sessão de ontem na Assembleia da República, onde o presidente da Comissão Europeia falou pela primeira vez aos deputados portugueses.

Depois de, no discurso inicial, defender que a Europa "mais solidária, livre e coesa" e de lembrar que, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico, Portugal "vai receber até 2013, 21,5 mil milhões de euros", Barroso respondeu a questões dos deputados sobre, nomeadamente as questões energéticas e de imigração.

O tema do recurso à energia nuclear levou Barroso a dizer que "a Comissão Europeia recomenda aos estados-membros que debatam a questão nuclear" sem lhes dizer "se devem ou não devem" optar por esse tipo de energia. E preferiu realçar as actuais preocupações de Bruxelas com a poupança energética e com as alterações climáticas.

Quanto à imigração, o antigo primeiro-ministro português considerou "absurdo existirem na União 27 políticas de imigração". "Temos de ter uma política de imigração comum", declarou

Ainda durante a sessão, foi indirectamente lembrado o apoio de Durão à invasão do Iraque (pelo deputado do BE Luís Fazenda) mas o antigo chefe de Governo português, que esteve ao lado de Bush, Blair e Aznar na cimeira das Lajes, onde foi decidida a guerra, não comentou o assunto.

Após o almoço que se seguiu à sessão com os deputados, Durão Barroso, citado pela agência Lusa, garantiu que ainda não tomou qualquer decisão sobre a possibilidade de ser reconduzido em 2009 na presidência da Comissão Europeia, mas manifestou-se sensibilizado com o apoio dado por Jaime Gama.

Na abertura da sessão da manhã, o presidente da Assembleia da República elogiou o papel desempenhado por Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia e disse esperar a sua recondução no cargo em 2009.

"Esperamos que Durão Barroso possa voltar a ser presidente da Comissão Europeia já com base num novo Tratado europeu", declarou Jaime Gama, depois de considerar "significativo e motivo de orgulho que o diálogo com a Assembleia da República ocorra com um presidente da Comissão, que é um distinto cidadão português".

"Não esperava essa manifestação de apoio. No entanto, não posso deixar de ficar sensibilizado com o reconhecimento e apreço transmitido pelo presidente da Assembleia da República", comentou Durão Barroso.