10.4.07

De mãos dadas nas privações

DS,in Jornal de Notícias

Vêm dos Países Oficiais de Língua Estrangeira (PALOP) para estudar. Quando chegam a Portufal, deparam-se com uma realidade bem diferente da que idealizaram. Muitos não conseguem fazer face aos custos, nem com as bolsas protocoladas com os seus Governos. Espera-os um percurso cheio de dificuldades e privações. Os portugueses partilham carências idênticas, mas, apesar de tudo, têm mais noção dos apoios que podem pedir para ultrapassar as dificuldades.

É o caso de Joana (nome fictício). Natural de Cabeceiras de Basto, é filha de pai desconhecido e, quando regressa às terras de Basto, espera-a uma mãe doente, que sobrevive à custa de uma pensão de invalidez. Estuda numa escola profissional da Póvoa de Lanhoso e é uma das apoiadas da Cáritas. Pedro estuda em Coimbra, mas, por ser natural de Guimarães, também recebe ajuda da instituição, consoante as necessidades.

Nos apoios pontuais, já se ajudaram, inclusivamente, estudantes a pagar as dívidas das propinas em atraso, para poderem reingressar no curso. "Por exemplo, os estudantes que vêm dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa pensavam qu, com a bolsa e um qualquer emprego que arranjassem cá, podiam sobreviver. Mas nada está fácil", frisa o vice-presidente da Cáritas.